( meu coração se perde em profunda pena )
A mesa repleta de garrafas vazias.
O poeta absorto no porvir de novos dias.
O som mudo do silêncio invade a alma,
que hoje não encontra mais a calma.
Na memória o aedo minuciosamente procura,
para as dores pálidas de seu peito, a cura.
De súbito o almo rosto da amada surge,
mas o tempo de felicidade logo urge.
Percebe-se logo que são só lembranças
de velhas, gastas e opacas alianças.
Do sentimento em tempo passado
de um amor que já foi, por todo, amado.
O sentimento vão torna a embriagar
e zonzo o poeta tenta se matar:
deixa a aíva esferográfica de lado
com as poesias mudas que não deram resultado.
Pois a cara metade não teve coragem
de viver o verdadeiro amor, mas que bobagem!
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