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cronicas-->A Rosa de Moçambique -- 03/12/2008 - 17:06 (Beatriz Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A ROSA DE MOÇAMBIQUE



Eu a conheci no tempo de estudante em Paris - anos setenta do século passado. Gostava de conversar com ela, achava-a interessante e divertia-me com sua maneira de falar. Ela gostava de conversar comigo, principalmente porque pensava que tínhamos alguma coisa muito forte em comum: não vínhamos ambas de colónias portuguesas?

Confesso que demorei a perceber isto, não me sentia "colonizada" no mesmo sentido que ela.
Mas, para Rosa, o assunto era sério. Vivia falando dos portugueses e só me dei conta quando ela quis saber se eles eram arrogantes aqui no Brasil.

Ficou surpresa com minha resposta, não imaginava que pudéssemos nos dar bem. Não lhe passava pela cabeça que após de tantos anos da Independência, aqueles que por aqui chegavam encontravam-se quase sempre em situação inferior à dos "colonizados". Só com muito trabalho duro é que conseguiam, como qualquer outro imigrante, seu lugarzinho ao sol. Contei também sobre o ofício de fabricar o pão nosso de cada dia, tão generalizado entre os patrícios.

Rosa quase caiu das pernas, ficou maravilhada. Seus olhos brilharam, ela não conseguia acreditar. Logo começou a falar: será que em Moçambique se verá coisa igual? Que bom seria!
Mas, por enquanto, tinham que engolir muitos sapos. O portuguesito, filhinho de papai, faz lá uma faculdade e se forma. Assim que vira dotoire, passa a olhar os outros com ares de pouco caso. Só porque é dotoire, na verdade não passa de um cagarolas qualquer...

Desta vez minhas pernas é que bambearam. Fiquei tonta de tanto rir.



Beatriz Cruz


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