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Artigos-->O confuso GP Brasil -- 22/04/2003 - 01:32 (Fernando Jasper) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O GP Brasil 2003 de Fórmula 1, disputado no último domingo, foi, no mínimo, curioso. E toda a confusão que envolveu a corrida de Interlagos começou antes mesmo da largada – se é que dá para chamar a bandeira amarela liderada pelo safety car de largada.





Dias antes, o presidente Lula havia feito o desfavor de editar uma medida provisória autorizando a publicidade de cigarros nos carros. No Brasil, essa publicidade deveria, por lei, durar somente até a corrida de 2002. Pressionado pela indústria tabagista e pela prefeitura de São Paulo, o governo deu-lhes uma colher de chá e prorrogou o prazo até 2005, impondo à televisão a exibição daquelas famosas frases contra o fumo.





Durante os treinos, os pilotos protestaram contra a obrigatoriedade do uso de apenas um tipo de pneus. Os chamados “pneus intermediários” não resistiriam aos dilúvios que caíram sobre a pista, que, sozinha, já era problemática. E realmente não resistiram, o que resultou em inúmeros acidentes que anteciparam o final da prova, encerrada com apenas dez carros na pista.





Falho nesse ponto, o novo regulamento tem, no entanto, muitos méritos. Aumentou a disputa entre os pilotos e vem garantindo uma certa emoção às corridas, o que não se via há muitos anos. Algumas entediantes hegemonias encontram-se seriamente ameaçadas.





O alemão Michael Schumacher, por exemplo, acrescentou no Brasil alguns números ao seu pior início de temporada na Fórmula 1. Desde 2001 ele não ficava três corridas seguidas longe do pódio. Uma das seis vítimas da “curva do sol” – que provavelmente terá seu nome mudado para “curva da chuva” –, o alemão não completou a prova, o que não acontecia há 24 GPs.





Sua equipe, a Ferrari, deixou de pontuar após 55 corridas. Graças a ela, o azarado Rubens Barrichello manteve seus tabus em Interlagos. Mais uma vez, esteve na liderança, mas não venceu. Mais uma vez, teve de abandonar, o que aconteceu em dez das onze provas que ele disputou no Brasil.





O vencedor, o finlandês Kimi Raikonnen, da McLaren, não liderava quando a corrida foi interrompida. O italiano Giancarlo Fisichella, da Jordan, liderava. Mas teve que se contentar com o segundo lugar, pois o regulamento prevê que vence o piloto que tiver cruzado em primeiro duas voltas antes da interrupção – no caso, Raikonnen. O terceiro colocado, então, nem apareceu no pódio: o espanhol Fernando Alonso, da Renault, estava no hospital, após o grave acidente que sofreu e que pôs fim ao GP Brasil.





Por sinal, o piloto que liderou por mais voltas (26) foi o escocês David Coulthard, da McLaren, que nem no pódio esteve. O segundo neste quesito foi o alemão Bernd Maylander, piloto do safety car, que esteve na frente em 21 voltas...





***





O confuso GP Brasil segundo Galvão Bueno





Quem gastou uma nota para assistir à corrida no autódromo viu o abandono do Rubinho, safety car, acidentes espetaculares e tudo mais. Mas perdeu o verdadeiro grande show do GP Brasil: a narração de Galvão Bueno, um privilégio para quem ficou em casa.





Há tempos, ele é um dos piores locutores esportivos de que se tem notícia. Mas, ao menos nas narrações de Fórmula 1, a corrida de domingo parece ter sido o auge de sua incompetência.





A corrida pode ter sido confusa, mas Galvão mostrou estar muito mais perdido que qualquer um dos pilotos que rodaram na “curva do sol”. Acabou com a paciência do telespectador já cedo, durante todo o tempo em que a Rede Globo ficou enrolando com números inúteis e convidados do camarote vip. Aliás, o camarote era tão vip que choveu horrores lá dentro e, segundo Cléber Machado, isso impediu o brasileiríssimo skatista Bob Burnquist de exibir algumas de suas manobras radicais.





Galvão repetiu à exaustão a lenda do número três, segundo a qual um brasileiro (supostamente o “favorito” Rubinho) tinha que ganhar o GP Brasil em 2003, já que Emerson Fittipaldi o havia feito em 73, Nelson Piquet em 83 e Ayrton Senna em 93. Deu no que deu.





O narrador não soube dizer quando nem como a corrida começou. O telespectador já havia visto a bandeira amarela, mas só muito tempo depois Galvão pôde concluir que a largada seria em movimento, com safety car à frente. Depois, inúmeras vezes e sem a menor comprovação, teimou em afirmar: “Acho que o safety car parou de piscar as luzes, vai voltar aos boxes, acho que agora eles largam”. Não cansou de ser desmentido pelas imagens.





Insistiu que Barrichello esteve mal no começo por utilizar pneus Bridgestone, sendo ultrapassado por vários pilotos de equipes que utilizavam os Michelin. Não mudou de idéia nem quando Schumacher, com pneus Bridgestone, começou a ultrapassar todo mundo, inclusive o próprio Rubinho.





Dentro de uma cabine em frente à reta de chegada, demorou para perceber que o GP tinha sido interrompido, apesar de o diretor de prova agitar sem parar a bandeira vermelha. Só acreditou quando o repórter João Pedro Paes Leme informou que a equipe Ferrari – a melhor fonte que eles conseguiram encontrar – entendia a prova como encerrada. O vencedor? Galvão só foi conhecer depois do intervalo comercial.





Sob o eterno pretexto de “dar mais emoção à corrida”, ele desafiou a resistência do telespectador com seus diversos chavões, ufanismos e melodramas à la Rubinho. E sempre chamando esse mesmo telespectador de “amigo”, como se quem o assistisse necessariamente compartilhasse de seus devaneios.





Como, para Galvão, besteira pouca é bobagem, ele comentou tudo durante o tempo todo. O comentarista “de verdade”, Reginaldo Leme, teve de resignar-se com papel de corrigir os habituais escorregões e exageros do colega.





Em resumo, a transmissão da Rede Globo atingiu o cúmulo da desinformação. Nesse sentido, assistir à corrida sem volume e sem Galvão Bueno seria muito mais proveitoso. Mas, talvez, menos divertido: ouvir Galvão é um eterno rir para não chorar.



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