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Contos-->OPORTUNIDADES -- 06/07/2001 - 18:47 (Marcos Freitas de Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quando eu era criança tudo era tão fácil, a vida era complicada e muito acessível, mas tudo não fica sempre no mesmo lugar que queremos, chega uma hora que temos que crescer, enfrentar a realidade do mundo adulto, e aquelas crianças que sempre tiveram nas proteções dos laços maternos têm que sair para a vida cotidiana, para mim foi uma sensação muito ruim, foi muito pior que no primeiro dia de aula, muito pior que ver todas aquelas crianças mimadas chorando porque o pai a atrasou de busca-la na escola, ou muito pior do que você ser o “PEGADOR” na brincadeira de criança. Assim que entrei na adolescência entendi melhor o meu pai, já não o cobrava muito, pois tinha uma certa idéia do que era o mundo adulto, sabia que no mundo todos tinham que correr para pagar contas, todos tinham inúmeros compromissos diários para serem cumpridos e nada poderia ser deixado para trás, quando eu era criança eu pensava em ser medico, queria ajudar todas aquelas pessoas que via jogada no chão, sendo tão maltratadas pela humanidade, mas o tempo passou, e pensei melhor, vi que os problemas iam além da caridade, o que devia ser tratado era a sociedade e comecei a alimentar o sonho de ser advogado, mas cresci um pouco mais e vi até aonde ia a astúcia de um homem e comecei a sonha com minha carreira política, pois lá que estava todo o mal da ferida aberta na sociedade, mas logo tudo isso passou, meu pai virou um empresário e comecei a pensar na administração, mas nisso eu não seria admirado, queria ser visto por todos, aclamado pela sociedade, quem não quer ter fama hoje em dia? Pois é, eu não sou uma exceção, mas relutei e pensei em fazer publicidade, mas logo vi que não era exatamente aquela vida que queria para mim e vi que a química era tudo o que eu que sempre quis ser, mas os meus primeiros contatos com os laboratórios não foram bem sucedidos, tudo bem, recorri ao Jornalismo, mas logo percebi que a área estava muito escassa para isso, mas me coloquei a pensar e vi que veterinária era tudo o que eu queria para minha vida, mas não queria me sacrificar cinco anos em período integral para isso.
Quando meu sonho profissional acabou eu já estava chegando nos trinta anos, era um ótimo consultor universitário, sabia de tudo sobre as carreiras, quais eram as melhores faculdades, os melhores cursos preparatórios, pois tinha passado por todos eles, só que tinha um detalhe, nunca cheguei a concluir nenhum, meu pai já estava velho, minha mãe, coitada, morreu de enfisema pulmonar, minha irmã mais velha foi para Israel fazer cinema, se casou com um Israelense, teve três filhos e há anos não via no Brasil, minha outra irmã se casou com um amigo de infância, se mudaram para o interior de Goiás, onde compraram uma fazenda e vivem muito felizes com seus dois filhos, e meu pai estava doente, não tinha mais como dirigir sua empresa, uma das maiores do setor têxtil da época, ele estava com câncer de próstata, essa doença que tirou toda a vivacidade daquele homem que não deixava se entregar por nada.
Em poucos meses papai morreu, foi um choque para mim, pois ele era a única pessoa que eu tinha, mamãe já tinha partido há anos atrás, e agora papai, minha irmã mais velha veio para o enterro, interrompeu a gravação de um filme que estava sendo rodado na França, e minha outra irmã veio com seu marido de Goiás, ambas com sua família, e eu sozinho, sem ninguém, sem nada, depois de dois dias fomos consultar o advogado de papai, para abrirmos o testamento, mas para nossa surpresa papai não tinha deixado nenhum, então vendemos todos os imóveis, minhas irmãs acharam por bem deixar a empresa aos meus cuidados, como eu não tinha mais nada para fazer, eu também achei por bem, nos primeiro meses foi muito bom administra-la, estava sem dividas, lucrando, mas com o passar do tempo as vendas começaram a cair, os clientes mais antigos começaram a encerrar suas contas, eu não sábia o que fazer, se papai estivesse lá ele sim saberia, mas eu não podia ser a metade do que ele foi, em poucos meses as duplicatas não podiam mais ser pagas, e para minha surpresa as despesas estavam muito maior do que a receita, não tinha mais jeito, vendi a empresa para uma concorrente, e com aqueles milhões que eu recebi eu paguei os bancos e fiquei absolutamente sem nada.
Estava pobre, enquanto minhas irmãs se esbaldavam em dinheiro, dinheiro que eram delas por merecido, pois minha irmã mais velha se sacrificou muito para fazer sua faculdade de cinema, e minha outra irmã, lembra-me até hoje como ela estava feliz quando comprou sua fazenda em Goiás, como estava entusiasmada com comprou seu primeiro.
Frigorífico e como continuava humilde sendo uma das maiores pecuaristas do país eu nunca tive nenhuma realização para contar a elas, falta de tempo? Claro que não, isso eu tive de sobra. Faltou oportunidade? Oportunidades eu Também tive de sobra só não soube abraça-las, faltou decisão, faltou o sim na hora certa, faltou dar atenção a meu pai, e hoje nem mais ele eu tenho para me falar o que fazer, ele sim saberia por onde eu deveria correr, deveria ter feito medicina quando ele me apoio, ou direito, política, publicidade, química, jornalismo, administração ou veterinária, ele estava comigo em todas, só bastava segui que ele estava a me apoiar, hoje a luz do caminho se apagou, se eu quiser seguir terá que ser no escuro, nada dura para sempre, tudo que é matéria é mortal.
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