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Cartas-->Carta Poietica II 23/02/2002 -- 06/01/2005 - 19:01 (Rodrigo Moreira Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Atendendo a pedidos, vamos à escrita poietica para uma pessoa pra lá de especial e inesperadamente presente numa noite chuvosa. Pretende-se uma carta com arte, partindo do sensível momento para uma reflexão sobre o tempo e as razões da existência. Quem sabe dum conjunto de relações que o mundo impõe aleatoriamente? Não sei ao certo. Escreve-se, então, sobre a vida que é inesgotável e mui profunda aos olhos azuis que espreitam os cuidados fora da solidão.
Sempre é um prazer falar contigo, a insegurança inicial faz moldura com o término, pois é apresentada na mesma forma, sem muitas delongas, parte-se para o fim, com a sensação de que alguma coisa ainda estava por ser dita. O coração pensa forte e sente a situação constantemente, contudo a prudência sussurra o silêncio necessário para que o momento se torne algo papável e gentil.
Grande aparência é lembrar tua face recém descoberta num lugar tão efêmero e inusitado. De repente, não mais que de repente sua presença fez diferença. A partir daquele instante seguiram-se as mais belas aventuras psicossomáticas. Engraçado pensar assim, porque me lembro das fortes sensações a cada encontro, ou até mesmo pelo som produzido por fios que tornam a distancia virtual, dando a impressão irreal de proximidade até mesmo física. Mas a grande aparência de tudo isso é que mesmo nos espaços físicos, há completude de espírito e alma. Algo que traz as faces de volta à memória em lugares outrora visitados pelos sonhos.
Fazer com arte é o nome que mais aprecio na poietica. A escrita grega emprega a força semântica para criar dentro do mundo lingüístico as impressões de sentido que não percebemos claramente em nosso meio contextual. A profundidade do azul celeste reveste o mundo profundo tanto dos mares quanto dos céus. Do outro lado, ficam as estrelas tanto dos céus quanto dos mares. A arte é perceptível nessas situações engraçadas, provavelmente por causa dos efeitos que nossos corpos apresentam diante de tais aventuras.
Lembra-se do silêncio que causamos um ao outro? O pensamento voa numa profunda onda para algum lugar praiano agradável e misterioso: inigualável. Reflexões sempre são extasiantes causadoras de mudanças no mundo hodierno e corruptível aos nossos olhos. Seria tudo isso pura ilusão? Apenas impressão de algo irreal? Os seres fortes possuem corações amantes da vida; por causa disso sua aventura dura mais e o tempo deles se transforma em festa de novos conhecimentos que refletem suas almas na pessoas que estão à volta, sedentos, ansiosos por algo novo que sempre esteve com eles próprios.
Um pedido atendido é sempre num tom de honra que se produz. A escrita diz mais daquilo que sabe por causa de sua infinita capacidade de hermenêutica, ou seja, interpretações diversas e coloridas. Tudo isso temperado com cuidados que excluem a solidão que acompanha-nos a momentos únicos frente àqueles que amam, que sentem algo mais acerca do ódio e da melancolia presentes em todo ser que respira. O tom ainda é de solfejos arpejados na classe do Lá maior que anda com passos de nona, fazendo brilhar aos ouvidos a fúria de uma brisa que ultrapassa a montanha para chegar até nós nesse instante maravilho em que recebo sua visita.
Sim, pretendo arte e pureza com as palavras que surgem durante seu retrato calcado em minha mente. Um sorriso que passeia pela amizade do arco vivente nas nuvens. Doce como o trabalho das circulares trabalhadoras do campo. Eucalipto e flores fazem a combinação perfeita do sabor que deixa sua marca na língua e fios que levam sua mensagem ao gerenciador de nossos sentidos. Sim, pureza e arte fazem de tua companhia algo depuravel à essência da feminilidade buscada pelos pêlos que atendem à chamada dos sentidos. Não é assim que se faz arte? Com pureza? Sim, com seres fortes.
E quanto ao cinema? Um mundo de encontros e sensações que imprimem segurança e conforto aos que carecem de paz e momentos de soltura de si mesmos. Ainda a arte da vida se prende a eles como que realizando suas fantasias mais profundas. No escuro se soltam e lágrimas tomam caminhos antes obstruídos pela máscara do real, sendo que o irreal governa a mente de todos. Precisamos da melancolia para viver? Onde estão os fortes que espreitam a saída para seus pés? Encontramo-nos às saídas de nossas personalidades reclusas e pautadas pelos outros. A alteridade é esquecida e apreendida numa esfera morta. Quando viveremos?
Se ainda a reflexão não tomou parte no profundo de nossas mentes, meu lago azul, é porque estamos presos às influencias negativas que nos cercam e prendem, oprimindo-nos a ponto de sufocar as cores nas flores pelos caminhos. Existem tantas, são tão belas e frágeis. No entanto a reflexão não toma parte nisso, simplesmente passa por cima quebrando e destruindo tudo o que é belo e apreciável na vida que é imposta pelo tempo.
Pingos de chuva sentidos num corpo quente fazem da alma que vive naquele algo como rios de vazão ininterrupta. A chuva deve ser aprisionada pela terra depois de ter percorrido corpos exaustos que se deixam molhar, escorrer. O riso extraído de tuas brincadeiras é fruto do contato mais sublime sem preocupações com a terra de seres que não se respeitam, se acotovelam por um lugar ao sol. Mas, há tanto lugar que a sombra deles impede o crescimento das flores, que não receberam a chuva da vida nem o riso de tua face, nem o suave som de tua voz.
Passemos do azul ao vinho, bebida que deuses apreciaram e pobres mortais desprezam como se fossem eles próprios detentores da sabedoria de deuses novos e robustos. Pobres almas insensatas e rudes. Nada sabem a respeito do vinho e sua propriedades. A grande dica de apreciação está justamente em julgar cada nota musical presente no sabor deste ser que sobrevive às mais diversas situações irreais. Tente, olhos azuis, pegar tão primo amigo e saboreá-lo até sonhar com flores e caminhos floridos que nos levariam para a mais bela montanha encantada.
O sonho sempre termina, mas a vida causada por eles permanece presente na memória que traz alegrias e sorrisos aos solitários e melancólicos. O bastar-se a si mesmo é causador dessa realidade. O azul retorna à mente renovada pelo vinho. Muitas palavras brotaram desta relação animadora. Guardadas estão por causa da memória somática que é curta, contudo, o coração sentindo uma vez, jamais esquece suas reações. Transpira exalando seu cheiro mui apreciável, fazendo a mente trabalhar para que se possa vencer mais um dia, mais uma noite.
Razões da existência temos várias, entretanto fazemos sempre algo junto com a sorte que impõe suas caminhadas aos nossos pés. Prevalecem os olhos azuis por causa da profundidade exalada pelo seu odor, fundindo-se à vida comum, dá-nos a impressão do real buscado, da arte profusa que vai da loucura à paixão. Por que vivemos é questão a ser buscada com o coração apalpando-se os corpos sedentos de risos, de vida apreciável. Com certeza a aleatoriedade do mundo permite tais inferências a uma pessoa tão especial.
Sei que a divagação pode ser custosa e difícil, mas os aforismos dão charme e buscam na diferença, a marca necessária para algo relevante. Mas com teu sono em mente neste momento fico a imaginar os belos azuis mirando-me com expressão de aguardo, de algo novo vindo do íntimo, talvez por isso deixo fluir minhas teclas juntamente com mãos fortes e empreendedoras. Nem sempre essa amiga se faz presente como tão grande e inesperado presente lindo e gentil. Obrigado.


PeixePoeta
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