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cronicas-->E VESTIRAM ROSA E AZUL -- 07/03/2001 - 08:49 (MARCIANO VASQUES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CRÓNICA DO PEREGRINO

E VESTIRAM ROSA E AZUL


Antigamente se acreditava que o azul afastava os espíritos malignos e a cor era associada ao masculino, considerado mais importante que o feminino.
Uma lenda dizia que as meninas nasciam da rosa e assim esta flor emprestou a sua cor para simbolizar o feminino.
Quando ele nasceu foi vestido de azul e ela de rosa.Cresceram e um dia se encontraram. Casaram, sem nada.Com os anos iguais adquiriram o hábito de se maltratarem, ao mesmo tempo em que o amor enfrentava tempestades e lutava bravamente para resistir, pois essa é a sua natureza.
Ele com seus desesperos inúteis: o cigarro que acabou, a falta de dinheiro, coisas pelas quais o ser humano se desperdiça, se despedaça e modela lentamente o seu precipício.
Nos dias em que a boneca Barbie era vendida nas lojas em doze prestações, ele tinha sonhos embaraçados pela rotina cruel que a falta de dinheiro oferta no dia a dia.Um deles era o de se tornar ilustrador.
Saia do extremo leste da periferia para Pinheiros, para desenhar num jornal de oposição.Convivia com alguns cartunistas que tomando uísques elaboravam belos cartuns contra o governo. Um dia, por causa da falta de dinheiro vendeu a sua coleção completa do jornal para um açougueiro.
Vinte anos depois viu os mesmos cartunistas fazendo vinhetas para a Rede Globo.Diante da tela tentou resgatar a história da sua vida e vasculhou os meandros da sua memória.
Ficou surpreso e feliz quando encontrou um dos antigos companheiros passageiros como editor de arte numa grande editora.
Ela não permitiu jamais que as dificuldades da vida abalassem a sua bondade interior.Ele foi transformando os sonhos, que sempre são heresias para quem não consegue elevar o olhar acima do cotidiano.
Vieram o primeiro vídeo-cassete, o primeiro microondas...; as coisas materiais começaram a aparecer e junto vieram os filhos. No embalo de cada criança a miragem da possibilidade de novos caminhos de aprendizagem.
Não vão juntos ao cinema, não namoram, não passeiam; mas edificam a cada dia sonhos e lendas. Às vezes cada qual com a sua solidão.Ele olhando o céu, ela, uma rosa.
As lendas e crenças antigas já se foram na memória do tempo e nada significam atualmente, mas o amor tem duas cores que se misturam bravamente no dia a dia.

MARCIANO VASQUES

marcianovasques@hotmail.com


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