Gente, até novembro de 2009 vamos beber água temperada com alumínio, por força de um TAC. É assim que o Ministério Público costuma resolver tais situações, diante de condutas criminosas.
Ana Echevenguá*
No início de 2007, um condomínio de Florianópolis denunciou excesso de alumínio na água fornecida pela CASAN. A empresa construtora do prédio descobriu que a tubulação de cobre do edifício estava com problemas de corrosões. 05 exames laboratoriais, feitos ainda em 2007, confirmaram alumínio em quantidade 05 vezes maior que a permitida pela ANVISA - Agência Nacional de Vigilància Sanitária (0,2 mg por litro)1.
Vejam bem: início de 2007.
Na época, o Ministério Público Estadual instaurou inquérito civil para apurar as causas da contaminação. No vai-e-vem burocrático, somente em setembro de 2008, a Vigilància Sanitária do Estado confirmou alumínio na água da Florianópolis: dos 25 exames laboratoriais feitos na água, 21 atestaram isso.
Em dezembro de 2008, mais um laudo mostrou que a nossa água ainda tem alumínio: mais de 05 vezes superior ao permitido, que é de 0,20 mg/l.
A versão da CASAN
Em sua defesa, a CASAN disse que a sua água está dentro da lei: "nós fazemos acompanhamento constante da água servida"1. E apresentou um laudo dos testes que - prestem atenção - não analisou a quantidade de alumínio na água.
Depois, o cerco foi fechando, ela não póde mais mentir e admitiu que as células e filtros da estação de captação de Pilões, em Santo Amaro da Imperatriz, estavam com problemas. Pediu prazo para consertar os equipamentos. E foi bem clara: enquanto não houver recuperação dessas células e filtros, o problema do alumínio na água vai continuar.