Rio 12/01/2005
Quanto tempo, eu já nem sei, que não chamo alguém de meu amor, e a minha pele já não tem o cheiro, dos braços, do suor de um homem amado, o meu corpo macio, não sente o afago de uma mão masculina. Sinto em mim tudo frio, às vezes morno por dentro e por fora.A minha face já não fica rubra nem com as lembranças elas se perdem, são esquecidas.
As poesias, que tanto amo escrever já não tenho a quem dirigi-las, portanto não brotam como os brotos, promessa fecunda de nascimento e vida. Rogo ao criador, que não me deixe secar a alma, pela falta de sentir o Amor, e que a fonte não seque, e que aja na nascente filete de esperança, pelos menos.Que minha vida seja salva, enquanto é tempo! Que não morra nela a mulher que cresceu na esperança de um dia ser feliz.Não quero culpar a ninguém os desencontros ocorridos do passado.E quanto ao presente tenho consciência, que não me atiro de cabeça. Vivo como antigamente: crendo na corte masculina e na possibilidade de conhecer um homem especial, feito para mim, predestinado a caminhar comigo algum dia. Não deixo morrer o romantismo, que sempre acreditei ser necessário em qualquer relação.
Vou seguindo então meu caminho sorridente, livremente e feliz dentro do aprendizado adquirido nos anos de solidão consciente. Sem as dores, graças a Deus, das angustias de uma mulher sozinha. Sei que não me basto, mas pretendi a controlar minhas carências.Quanto ao sexo: busco no dia a dia trabalhar o meu corpo, descarregando toda a
energia acumulada na ginástica, e no meu contato com a natureza. Não é a forma perfeita para o prazer, mas prefiro assim. De ter que trocar com um homem qualquer, se nada sinto de amor por ele, não violento o meu corpo e nem meu espírito, com aquilo que bem não me faz. Não recrimino que faça, cada pessoa busca seu equilíbrio como bem entender.
Quem sabe um dia, minha voz chegue até os confins do mundo, e eu seja ouvida e salva do dragão, que nem um conto de fada! E o amado chegue e juntos ficarmos para sempre.
Assim seja, amém.
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