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Discursos-->MERITO ABDE 1987 -- 01/10/2003 - 17:10 (Claudio Peçanha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MERITO ABDE - 1987


O cargo de Diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social é extremamente gratificante e permite ao seu ocupante escolher diversas opções de satuisfação:
• Ele pode ser o Diretor dos grandes projetos industriais nacionais e orgulhar-se de contribuir decisivamente para o crescimento do parque siderúrgico nacional, da nossa indústria de base, do setor de celulose e papel, da petroquímica…
• Êle pode ser o Diretor das grandes obras de infraestrutura e orgulhar-se da implantação de sistemas de transporte rápido em grandes centros urbanos, das obras de melhorias nos portos, das estradas vicinais…
• Êle pode escolher ser o Diretor a enfatizar o setor energético, e orgulhar-se do forte apoio do BNDES no financiamento dos grandes projetos hidroelétricos nacionais, desde as grandiosas obras civis, aos equipamentos e linhas de transmissão.
• Mais recentemente, pode um Diretor do BNDES falar com muita propriedade sobre a participação do Banco em investimentos diretos para reduzir as disparidades sociais, para minorar o sofrimento dos pobres, num esforço bastante sério e significativo no sentido da erradicação da pobreza;
• O Diretor do BNDES, em especial da AP3, pode escolher ser o Diretor dos Financiamentos às Pequenas e Médias Empresas. E como é gratificante nestes últimos anos o discurso de apoio às pequenas e médias empresas nacionais através dos programas POC e PROMICRO, aumentando significativamente em termos reais as aplicações financeiras em investimentos produtivos.
• Mais recentemente, pode também o Diretor da AP3 falar com propriedade e desenvoltura sobre o apoio aos investimentos no setor rural, defendendo toda uma nova filosofia de “empresariar” o setor rural, de conotar em forma de projetos os recursos para a agricultura e pecuária brasileiras.
• Internamente, pode um Diretor do BNDES se decidir a resolver os graves problemas administrativos da instituição, onde convivem técnicos e executivos do mais alto nível, com baixos salários e formas inadequadas de estruturas de organização para realizar uma missão fantástica de financiar o processo de desenvolvimento deste gigante subdesenvolvido, de uma forma democrática, séria, honesta, coerente e eficaz.
• Mais de um mandato normal, ou duplo, de um Diretor, seria necessário para o perfeito equacionamento dos problemas financeiros da instituição, que se caracteriza como o maior Banco de Desenvolvimento a nível nacional do mundo. São contas de passivo em muitas moedas, relacionamento direto com mais de 15 credores externos do porte do BIRD, BID, Eximbank, etc. São contas de ativo também de uma diversificação enorme, envolvendo mutuários do porte dos grandes grupos empresariais privados brasileiros, a prefeituras do interior alagoano, a Bancos congêneres… Conciliar administração de carteiras de financiamentos de longo prazo subsidiados para promover desenvolvimento setorial ou regional, com captações nem sempre confiáveis no médio prazo, sem dúvida é um desafio para qualquer profissional, especialmente se interessado na ciência da economia e das finanças.

Certamente ao longo destes quase 40 meses que estou como Diretor do BNDES, fui tentado por todas estas opções que o cargo me ofereceu, mas decididamente eu me concentrei e me dediquei de corpo e alma a uma causa, a um assunto, a um tema, a uma cruzada, que me fascina: o SISTEMA NACIONAL DE BANCOS DE DESENVOLVIMENTO!

Sem nenhuma modéstia, mas com muito orgulho, neste momento que recebo o mérito ABDE de 1986, eu reconheço e proclamo que fui até hoje o "Diretor do BNDES do Sistema de BDs". Se um rótulo, uma legenda, fosse necessária para caracterizar minha gestão na Diretoria do BNDES, sem dúvida nenhuma esta deveria ser a escolhida.

Em todos os momentos da minha gestão, foi constante a minha preocupação com o fortalecimento dos Bancos de Desenvolvimento, não apenas como um sistema integrado e coordenado, mas com a necessária independência individual de cada Banco no contexto estadual e regional em que opera.

Eu posso enumerar alguns motivos de orgulho no meu relacionamento com o Sistema nacional de BDs: no aspecto qualitativo, sem dúvida o meu maior orgulho é ter conseguido colocá-los na condição de parceiros, numa intensa cruzada por todos os Estados da federação, livrando-os da condição de meros “agentes do BNDES”, libertando-os da mera classificação de repassadores de recursos.

Tenho ótimas recordações de auditórios empresariais em Belo Horizonte defendendo o BDMG, em Natal, ajudando o BDRN a recuperar sua imagem de principal agente de fomento do Rio Grande do Norte; em Porto Velho, incitando os empresários a confiar no BERON; por todo interior do meu Estado do Rio de Janeiro, no Programa “Estamos Aqui” convocando os fluminenses a confiarem no BD-RIO.

Quantas recordações agradáveis de reuniões com equipes técnicas dos Bancos: em Maceió, em Aracaju, em Porto Alegre, aqui em Manaus, sempre incitando-os a ousar, a deixar de perguntar ao BNDES o que fazer e cada vez mais levar a nós as reais necessidades e prioridades de seus Estados!

Não posso deixar de lembrar também a quantos Governadores e Secretários de Estado fui pessoalmente estimulá-los a apoiar fortemente seus BDs. Confesso que até me arrisquei políticamente quando defendi aberta e publicamente BDs temporáriamente abandonados por seus Governadores. Mas hoje me orgulho de ter cooperado para mudanças de comportamentos que foram muito mais importantes que os recursos de operações 474 de financiamentos para aumentos de capital.

Quantitativamente, sinto-me mais confortável ainda em me orgulhar de me rotular “o Diretor do BNDES do Sistema de BDs”. Assumi a AP3 em Janeiro de 84 após uma aplicação em 83 de cerca de 25 milhões de OTN de recursos do BNDES através do Sistema. Estamos fechando 1986 com aplicações da ordem de 62 milhões de OTNs, quase 500 milhões de dólares, representando um crescimento real de quase 150% em tres anos apenas!

Isto sem contar o elevado crescimento também ocorrido nas aplicações da FINAME através de BDs, fazendo com que em 1986, das aplicações totais do BNDES, mais de 50% o foram através de operações indiretas, substancial parcela através de nossos parceiros BDs.

Eu penso que todos nós podemos nos orgulhar destes últimos tres anos que coincidentemente representam a gestão efetiva dos senhores Presidentes em suas instituições. Com poucas exceções, praticamente todos os BDs melhoraram financeiramente no período. Mas SEM EXCEÇÕES TODOS os BDs neste período melhoraram na posição de representarem em seus Estados e Regiões os grandes órgãos de fomento ao Desenvolvimento!

Acho que estamos mais preparados para nossa grande missão na sociedade brasileira.
Estou convencido que não existe tal coisa qual seja um Banco de Desenvolvimento firme, terminado, completo, sólido.
O Banco forte, ou seja, aquele convivendo com seus principais objetivos, tanto financeiros como econômicos, deve ser um Banco em processo de mudança, procurando continuamente se regenerar à luz das circunstâncias mutantes.
E um BD não pode fazer isso se se basear automática e repetidamente em padrões passados.
O rejuvenescimento contínuo requer que um Banco de Desenvolvimento nunca encerre o processo de revisão de seu próprio trabalho à luz tanto de sua própria experoência como das necessidades dinâmicas da sociedade. Requer que seus procedimentos e políticas se alterm. Requer que ele mantenha uma relação mútua efetiva com os indivíduos e instituições das quais depende sua eficácia. Requer que seus programas de treinamento sejam orientados no sentido de incutir em todos, técnicos e executivos, os conceitos da renovação institucional e da inovação tecnológica.

Assim, valorizo muito a nossa árdua tarefa de principais executivos de Bancos de Desenvolvimento, em processo constante e contínuo de mudanças, por sermos os próprios AGENTES DE MUDANÇA da nossa sociedade.

Eu me sinto neste momento extremamente grato a vocês. Muito pela homenagem do Mérito ABDE, mas muito mais pela gratificante convivência durante estes 40 meses em quepudemos realizar um trabalho sério, profícuo e muito importante para o fortalecimento do Sistema Nacional de Bancos de Desenvolvimento.

Muito Obrigado!
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