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cronicas-->Acostumado (*) -- 03/02/2009 - 21:31 (Benedito Pereira da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Acostumado (*)


Plácido, habituado com a comida do self-service (restaurante popular que a empresa na qual trabalha há muitas décadas subsidia para os servidores), quentinha, bem temperada, com variedade abundante e, acima de tudo, por preço em conta, faz suas refeições quase todos os dias no mesmo lugar.


Só reclama da longa e demorada fila na hora de efetuar o pagamento e também de alguns servidores intransigentes que, na saída, exigem o comprovante de haver pago a despesa.


Nada contra. Apesar da demora e da exigência acima, reconhece que é pouco uma caixa apenas para atender a todos que tentam liquidar a dívida (cartão de crédito, vales-refeição, tíquetes e dinheiro).


Quanto aos fiscais, supõe cabível a ação deles, uma vez que a coletividade é composta de múltiplos caracteres; houve até, segundo relato de pessoas idóneas, casos de elementos saírem sem pagar.


Entretanto, nem tudo são flores.


Hoje, após atender ao seu chefe, que lhe pediu trabalho de última hora e inadiável, despede-se de colegas e vai almoçar.


No, restaurante de costume, decepciona-se. Dessa vez havia fila (enorme) para se servir.


Procura outro. Próximo do prédio em que trabalha há alguns. No primeiro deles, depois de dar volta muito grande (porque havia construções que impediam a passagem de pedestre), supõe encontrar a refeição de que precisava.


Engana-se de novo. Põe algumas coisas no prato, pesa e pede um refrigerante. Não havia lugar para se sentar. Só resta mesa com jovem bonita, nova e tranquila, indiferente ao seu embaraço, que se deliciava com as poucas iguarias. A bolsa, enorme, na única cadeira disponível, a sugerir que alguém a iria ocupar.


Com toda a paciência, que, a bem da verdade, já estava quase no fim, começa a comer em pé mesmo, sem tomar conhecimento do que há em torno (ambiente pequeno, sujo e sem nenhum motivo que agrade).


Total desalento. O fato de não estar sentado não o importuna, mas a qualidade (se é que se pode falar nisso) era deplorável: comida fria, insossa, gordurosa e com aspecto poco recomendável,


Alimenta-se, ou melhor: come menos da metade do que pós no prato e bebe meio copo de líquido. Sem nenhum motivo para aplaudir o fato, dirige-se ao caixa para acertar a conta. Perplexo, nem comenta nada com o comerciante, que, com ar extremamente cortês, indaga: "Quer mais alguma coisa?", mesmo porque, nessas alturas, não valeria a pena ponderar: por bem menos do que come de hábito, paga mais do que o dobro, ou seja, 58% a mais.


Regressa triste, mas compenetrado, para o serviço. No caminho, dadas as obras em andamento, 1,5km de distància, reflete sobre tudo o que ocorreu.


Felizmente, conclui: na vida é assim; aprende-se também com os erros. Se tivesse tido um pouco de calma e suportado as dificuldades primeiras, teria almoçado bem (saladas e várias e coisas apetitosas), no lugar de costume e ainda pago menos.


Moral da história: todas as vezes em que houver um contratempo e início de explosão, é recomendável pensar duas, três ou até mais vezes antes de decidir-se. A probabilidade de acerto não é absoluta (como tudo na existência não o é!); todavia, pode ter um percentual elevado de acerto.


Assim, pensar mais um pouco não faz mal a ninguém.


_______
(*) Brasília, DF, 03/02/2009.




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