19 usuários online |
| |
|
Poesias-->Luzes da cidade -- 24/08/2001 - 22:38 (Felipe Cerquize) |
|
|
| |
Estou cansado das cidades
Das luzes, das consciências
Dos heróis e anti-heróis
Da impaciente paciência
Que me mata pouco a pouco
Da imagem que se forma
Na distância e no tempo
Estou cansado dessa gente
Tão mórbida, indiferente
Marionete de um teatro
Fui parceiro do passado
Me refiz crucificado
Na fumaça do cigarro
E nos gélidos prazeres
Na aparência dos injustos
Flor-ferida que se abriu
Pelos pálidos momentos
Pelos sólidos suplícios
Do monarca e patriarca
Do verme de edifício
Da cadente e recente
Incandescência que surgiu
Sabe quanta gente já morreu
Na rua principal
Dessa bela cidade?
Nos arranha-céus faz-se o amor
No alto e no calor
Sem dono nem idade
Os céticos andam por aí
Chorando sem querer
Formando arco-íris
E o tórrido sol do Equador
Apaga no ardor
As luzes das cidades
Estou cansado dessas ruas
De todos os logradouros
Das catedrais, dos mercados
Dos pedintes, dos coitados
Do abastado ignorante
E de mim, por ter ficado
|
|