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Artigos-->Os Porcos Assados -- 28/03/2000 - 15:54 (Fernando Antônio Gonçalves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os últimos acontecimentos nacionais deixaram muito brasileiro com as orelhas coçando, os olhos abugalhados e os eggs irritadíssimos. Um amigo de longa data, careca de saber que as searas desta terra de Cabral estão a necessitar de uma baita reestruturação moral, me envia uma fábula interessante. A historieta chama-se A Fábula dos Porcos Assados e lá vai:

“Certa vez, aconteceu um incêndio num bosque e alguns porcos morreram assados. Os homens da região, experimentaram carne assada e acharam deliciosa. Desde então, quando queriam comer porco assado, incendiavam um bosque.

Mas como tudo não corria às mil maravilhas, o processo começou a preocupar o SISTEMA, dados os prejuízos que eram imensos. As queixas se avolumavam, a exigir a reestruturação do SISTEMA. Congressos, seminários e conferências passaram a ser realizadas anualmente. No XXX Congresso, os especialistas atribuíram o problema a fatores vários: a indisciplina dos porcos, que não permaneciam onde deveriam ficar, a inconstante natureza do fogo, as árvores excessivamente verdes, a umidade da terra e ao serviço de informações meteorológicas local, que não acertava o lugar, o momento e a quantidade das chuvas.

Um dia, um incendiador AB/SODM-VCH - Acendedor de Bosques, Sudoeste Diurno, Matutino, bacharelado em Verão Chuvoso- chamado João Bom-Senso, resolveu proclamar que o problema era muito fácil de ser resolvido: bastava matar o porco, limpando e cortando adequadamente o animal, colocando-o numa armação metálica sobre brasas.

Avisado por um xeleléu, desses que vivem de congresso em congresso, o Diretor Geral de Assamento mandou chamar o João ao seu gabinete:

- Tudo o que o senhor disse está bem dito, mas não funciona. O que o senhor faria, por exemplo, com os anemotécnicos, caso viéssemos a aplicar a sua teoria?

- Não sei - disse João.

- E os especialistas em sementes e árvores importadas?

- Sei não.

- E os conferencistas e estudiosos, que ano após ano têm trabalhado no Programa de Reforma e Melhoramentos?

- Não sei - repetiu João.

- O senhor percebe a sua idéia não vem de encontro ao que necessitamos? O senhor não vê que, se tudo fosse simples, nossos especialistas já teriam encontrado a solução? O senhor com certeza compreende que eu não posso simplesmente convocar os anemotécnicos e dizer-lhes que tudo se resume a utilizar brasinhas sem chamas! O que o senhor espera que eu faça?

- Não sei, balbuciou o João.

- Diga-me se os nossos engenheiros em Porcopirotecnia não são considerados personalidades científicas?

- Sim, parece que são.

- O simples fato de possuirmos valiosos engenheiros em Porcopirotecnia indica que nosso SISTEMA é muito bom. Não é?

- Não sei.

- O senhor tem que trazer soluções para problemas específicos. Temos que melhorar o SISTEMA e não transformá-lo radicalmente, o senhor entende?

- Realmente, eu estou perplexo! - respondeu João.

- Bem, agora que o senhor conhece as dimensões do problema, não saia dizendo por aí que pode resolver tudo. O problema é bem mais sério e complexo do que o senhor imagina. Recomendo-lhe que não insista nessa sua idéia, pois lhe seria prejudicial.

João Bom-Senso, coitado, não disse mais nem um "ai". Sem despedir-se, assustado, saiu de fininho e ninguém nunca mais o viu. Por isso é que até hoje se diz, quando há reuniões de Reforma e Melhoramentos do SISTEMA: que falta faz o Bom-Senso!!.

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