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Cartas-->Alice não me escreva -- 02/02/2005 - 13:43 (Andre Luis Aquino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Meu nome é Alice...e eu não sou do país das maravilhas,eu sou a louca mais certinha que você vai conhecer...
Perdi o sono e por isso vim aqui escrever sobre mim,mas quem ia querer saber sobre uma mulher como eu? Tão simples, talvez sem graça,bom não importa, estou com muita vontade de escrever sobre mim mesmíssima , afinal isso é o mínimo que se espera de uma boa psicóloga... tenho que aprender a falar sobre o que sinto, sem medo, sem receios.
Ando tão interessada num assunto que todo mundo acha maluquice : “ telepatia”,saber o que o outro está sentindo sem precisar de palavras, só com o pensamento, fascinante, fascinante, fascinante, mas telepatia com quem? Ele é desligado demais pra pensar nessas coisas, aliás a gente não combina em nada, nada, isso me frustra às vezes sabia? Mas não adianta, gosto tanto dele que ás vezes até penso que o amo.
E o sono não vem, não chega nunca, dá até vontade de escrever uma carta pra ele, uma das minhas tristes cartas de amor, mas ele me disse que é racional demais pra pensar em amor, ele me disse olhando nos olhos : “Alice não me escreva aquela carta de amor que você tanto quer, não vai adiantar, nós não temos passado, tudo é tão novo pra mim e você tem mania de sofrer, eu não, só quero viver tudo que há pra viver...”
Gosto tanto quando passamos a noite juntos, sempre digo a ele : “ Me faz dormir? Deixa eu dormir primeiro que você....” e dormia, só que depois acordava pra ficar olhando ele dormir...um sono tranqüilo, ele é tão lindo, lindo, lindo.
Meu gato veio dormir no meu colo, esse gato não tem jeito mesmo, parece meu filho, tenho inveja da vida que os gatos levam, bichinhos fascinantes, fascinantes esses gatos, tão livres e tão independentes ao mesmo tempo, se eu fosse uma gata seria dessas gatas com personalidade forte, não aceitaria qualquer carinho e também não aceitaria qualquer gato, arranharia o braço de quem eu não gostasse, meu gato até acordou aqui no meu colo.
Estou olhando na estante meus livros, fitando um em especial, aquele que foi dele e ele me deu: “Eu não moro mais em mim”, peguei nas mãos, como o meu coração ainda dispara quando abro esse livro, tem o cheiro dele no espaço entre as páginas, isso é tortura, tortura, me deixas louca, louca.
O dia vai amanhecer e nada do sono chegar...e se eu fizesse uma poesia? “ O som do meu amor/ é uma triste canção sem lar/ ondas do mar/ com o mesmo tom da minha voz/ e a tonalidade do meu olho atroz/ tem o brilho e a expressão/ da minha dor...”
Melancólica e dramática, mas fazer o que , tem coisas que não podemos mudar, o bom é que não sou insegura, não tenho medo de solidão e dessas coisas, mas quando sinto falta, me falta mesmo, e melhor ainda que ninguém percebe, construí um personagem tão perfeito pra mim que ninguém sabe quem eu realmente sou, só quem sabe ler nas entrelinhas saberá.
Se eu fosse escrever uma carta, uma carta de amor pra ele escreveria assim:
“ Ontem te encontrei meio sem querer e nem deixei que você percebesse, você estava tão bonito, demais, demais, parecia estar com um jeito feliz, de quem está de bem com a vida, mas engraçado, alguma coisa não me convenceu, esse jeito de resolvido não me engana, você tem coisas fora do lugar aí dentro, eu sei, como eu sei? Está escrito nos teus olhos.
Mas já sei olhar pra mim sem precisar de espelhos sabe, não sou dessas que fica implorando por amor, estou sempre na minha, mas que dá vontade de ser o sonho de alguém, isso dá...”
Mas não vou escrever uma carta de amor pra ele, será tempo perdido....vou é dormir esse restinho de noite que eu tenho, e já ouço trovões, é que tem uma tempestade com a cor dos olhos dele chegando, castanhos e profundos...


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