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cronicas-->O DIA DO PALHAÇO. -- 22/02/2009 - 09:22 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:131420484904465100

O DIA DO PALHAÇO. (crónica)
Ana Zélia

Quis te ver, te amava tanto...
Breve seria teu aniversário. Com a lembrança embaixo do braço, desci o cais. O que seria?

Ao homem amado daria um relógio de parede, lindo, lindo. Viera de tão longe para acompanhá-lo, seguir sua rota. Era marítimo. Navegava no trecho Belém-Manaus e vice-versa.

Como era o relógio. Seu mostrador eram três rosas que cintilava toda vez que os ponteiros marcassem as horas, os minutos de quarto de hora e meia-hora.
Ao homem amado, o presente antecipado de aniversário. Não cheguei a entregá-lo
Estava ausente. Cabisbaixa desci as escadas do gigante marinho quando vinhas chegando.
Ao sentir minha presença retornaste fugindo como o dia foge da cruz, terias visto o Satanás em minha presença. Ri de mim mesma, me sentir um palhaço em um circo que é o mundo, num palco chamado cais, sem teatro, papel, cachê, de graça...

Esqueci que tinha nome. Mas os palhaços não possuem nomes, são palhaços apenas e eu o era naquele instante, num cais de porto. Foi a partir daí que o amor virou ódio em mim.

Ainda sou palhaço sem palco e sem papel. Mas como? Eu tenho o universo inteiro aos meus pés. Um palco maravilhoso que é o mundo. A platéia de seres que como eu não sabe sorrir, mesmo vendo palhaços se equilibrarem em seus macacões xadrez, parece prisioneiros.

Continuo palhaço na multidão, nesta multidão que respeito como seres humanos frustrados, tal qual eu. Quem não as teve na vida? O medo da solidão frustra qualquer ser, me sinto como marinheiro, sem navio nem cais.
Não sei se deixei o palco, lugar onde representava a uma platéia que não me entendia. Seria má artista? Parece que sim. Continuo sendo uma artista. Não, um palhaço.

Mas os palhaços não são artistas? Parece que sim. São verdadeiros artistas.
Fazer rir uma humanidade fria e calculista como a nossa é ser artista triplicado. Quanta vez viu nos circos por trás dos bastidores, palhaços chorando seus problemas. Mas como dizia meu mestre: "O rosto é do público deve sorrir. O coração é seu pode chorar".

Fui artista e continuo sendo, fiz teatro, A vida é arte de representar, ganha o melhor papel quem melhor fizer uso de suas técnicas, vocações.
Não somos nós tantas vezes palhaços e artistas ao mesmo tempo?

O tempo passou, um dia ao revê-lo fez que não o reconheceu, ele se aproximou e disse oi. Ela perguntou quem seria? O homem que você mais amou na vida, respondeu.
Com ar de desprezo disse: Eu estava louca e não sabia. Como amar um ser como você? Foi loucura, estou curada. A mim você morreu faz tempo.
Deixou-o boca aberta com seus pensamentos e se foi de vez.
Coisas da vida. Faz-se aqui se paga aqui. Não há duas vidas.
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Nota da autora, o amor é um bichinho safado, que quando ataca se protege de tal forma que nem um antibiótico o mata, só o sofrimento nos faz refletir. Geralmente o safado nos faz amar pessoas tão diferentes, se os psiquiatras usassem um antídoto para exterminá-los da mente humana, refletiríamos antes de nos entregar a alguém. Manaus, 22.02.2009 (Ana Zélia)






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