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cronicas-->PRAGA DE "PAGANUS" -- 22/02/2009 - 18:46 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Gabrielzinho-boca-de-porco encontrava muitas dificuldades para controlar o seu enteado. O menino era filho da Daniela T.O. Quinha, figura com a qual ele mantinha agora relações concubinárias.
O garoto não tinha mais que dez anos e já demonstrava certas tendências semelhantes às da mãe: o guri vivia a passar as mãos nas coxas das meias-irmãs, isto é, filhas do Gabrielzinho com T.O. Quinha.
Ante as arremetidas do menino, que não cessavam nem mesmo com rezas bravas, o casal resolveu encaminhar a criança às consultas com o doutor Silly Kone, aquele psiquiatra mais supimpa e reverberante jamais visto em toda a história da cidade.
Ora pessoas que, antes tiveram contato com o doutor, disseram que ele mantinha pessoas sob tratamento duvidoso por décadas, sem que houvessem comprovações da necessidade das tais terapêuticas.
Para muitos Silly Kone era o maior aplicador do 171 psiquiátrico de todo o Estado de S. Tupinambos e só perdia, em termos de danos, praticados contra incautos, para aqueles monstros que se diziam cirurgiões plásticos, que lesavam e até a matavam seus pacientes.
Então tendo desacreditado dessa bazófia de consultório, Gabrielzinho achou que poderia controlar o menino malvado, lançando contra ele "pragas" que supostamente lhe limitariam as ações.
Ante as diabruras do garoto, Gabrielzinho-boca-de-porco dizia: "Vai suicidar", ou ainda: "Vai matar" e até mesmo repetia a sua pérola preferida: "Vai ficar louco".
Tanto Daniela T.O. Quinha quanto Gabrielzinho achavam que atemorizariam o inconveniente hiperativo. Mas que nada. Qual não foi a surpresa daquela gente quando o menino passou a responder às pragas com o bordão: "Praga de paganus, cai no próprio ànus".
Para boca-de-porco um dos fatos que suscitaram a dúvida quanto a sanidade mental do doutor Silly Kone era a certeza de que ele mantinha laços afetivos com Jarbas o caquético histriónico, lesador dos cofres públicos.
Numa ocasião, no consultório, Gabrielzinho surpreendeu o alienista, que mantinha os pés sobre a mesa, lendo o Correspondência de Fradique Mendes, do Eça de Queirós. Isso também contribuiu para a formação da descrença naquele tipo de atividade.
Durante as manifestações pedagógicas de Gabrielzinho, Daniela mantinha-se calada. Achava que se "metesse o bico" poderia levar uma tijolada ou a obrigariam a puxar carroças novamente.
Quando percebia que a situação tornava-se tensa dentro de casa, Daniela T.O. Quinha instigava as filhas a correrem pela calçada. Aos que poderiam achar isso esquisito, a morena de cabelos negros e longos, explicava que enquanto as "pestinhas" corriam pelas ruas, não "enchiam o saco" dentro de casa.
A pedagogia do Gabrielzinho era semelhante ao que ele percebia nos programas de rádio: permanecia falando o tempo todo, intencionando com isso, a manutenção da ordem com o controle da atenção das crianças.
Gabrielzinho-boca-de-porco lançava suas maldições e era secundado por T.O. Quinha que arrematava: "Se Deus quiser".
Na educação dos filhos Gabrielzinho não aceitava nem mesmo os conselhos da sua mãe a balofa Anartrite. Por falar em Anartrite, uma característica dominante na bunduda era o "carnaval" que ela fazia quando um vizinho ou outro, por pura gozação, diziam ter ela pés rachados e pança deformante.


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