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cronicas-->O fazedor de anjos -- 07/03/2009 - 17:59 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Numa sexta-feira tétrica, à tarde, quando as nuvens carregadas e o ar frio envolviam a cidade, aportou naquele balcão da farmácia primitiva, situada na periferia da cidadezinha interiorana, a empregada doméstica Mariazinha Alice Vergueiro.
A moça muito nervosa carregava um problema: estava grávida. O pai daquele ser que habitava suas entranhas era o sujeito que lhe dava o emprego e por ser casado, não poderia assumir a criança.
Mariazinha Alice Vergueiro então, ouvindo os conselhos das amigas lá do seu trabalho, resolveu procurar, nos limites do bairro periférico, aquele homem. Ele tinha porte atlético, era formado em enfermagem, seu bigode era fino e aparado. Ele estava separado da mulher, que vivia num sobrado junto com o filho adolescente. Seu comércio, uma farmácia, em que vendia medicamentos e aplicava injeções era bastante movimentada.
Confabularam no final do corredor e ele disse:
-Posso fazer tudo pra você. Mas se der errado não fale que fui eu, compreende?
Mariazinha Alice Vergueiro concordou. E às dez horas já estava deitada naquele sofá pulguento, onde o enfermeiro fazia as curetagens.
O "malabarista" então se utilizando de um escalpelo vaginal abriu a passagem para a pinça koker.
Com movimentos bruscos, o "artista" feriu o colo do útero.
Mariazinha Alice Vergueiro pagou no ato R$200,00 e assinou uma nota promissória de R$100,00 para a quitação depois de trinta dias.
No dia seguinte com dores horríveis no baixo ventre, não conseguiu trabalhar. Sua patroa lastimava-se. Todos em casa nervosos preocupavam-se.
Três dias depois Mariazinha Alice Vergueiro, que quisera um dia casar-se usando véu e a grinalda, deixou este mundo.
O louco paranóico assassino esquizofrênizou-se numa cela da cadeia pública local, por quase dois anos.
Quando saiu tempos depois, reiniciou suas atividades dissociativas. Nas filas que se formavam defronte ao seu negócio havia dezenas de mocinhas adolescentes. Não sabiam ou não queriam saber se aquele homem era ou não um fazedor de anjos.

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