Usina de Letras
Usina de Letras
213 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140785)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6176)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->DIA DO TRABALHO -- 01/05/2003 - 21:46 (Benedito Generoso da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


DIA DO TRABALHO






Tradicionalmente é o dia primeiro de maio dedicado ao trabalho ou, como hodiernamente se prefere, é o dia do trabalhador. Curioso é constatar, todavia, que, sendo um dia dedicado ao trabalho, é geralmente um dia de folga para muitos trabalhadores, na verdade para os que menos trabalham ou, então, para os que exercem suas atividades mais ou menos dignamente com registro em carteira e usufruindo de algumas benesses, tais como, direito a

férias, depósito do Fundo de Garantia (que não garante coisa alguma) e contribuições previdenciárias para futuramente usufruir de uma incerta aposentadoria.



Quem mais trabalha, entretanto, tais como as donas de casa, empregadas domésticas, ruralistas e um inumerável contingente de trabalhadores da chamada “economia informal”, têm no dia primeiro de maio um dia a mais de trabalho, como outro qualquer, pois que urge agir e jamais desistir da luta pela sobrevivência.



De qualquer forma, esse dia feriado é bem vindo a um incontável exército de trabalhadores, porquanto descansar é sempre bom, justamente porque é necessário para a recuperação das energias imprescindíveis para se trabalhar com eficiência e eficácia, além do que é recomendável parar de vez em quando e pensar sempre numa forma de melhorar as condições de trabalho de todos, pelo menos dos que alimentam a vontade de trabalhar, ainda que insuficientemente alimentam o estômago e poucos meios encontram para alimentar a esperança de que um dia serão, se não valorizados, pelo menos notados pelos detentores do poder.



Aqui se chega ao nó da questão, pois em se falando em poder, surgem naturalmente diversos termos muito significativos, até porque todos se iniciam com a letra “p”, símbolo do poderio de quem detém o poder de mando e comando.



Não é mera coincidência que o poder absoluto está nas mãos do Pai todo poderoso que está no céu, de tal modo que aqui na terra deve ser feito tudo segundo sua vontade, mas o que realmente ocorre é que as coisas andam conforme o querer dos que controlam nossa vontade e, quase sempre, também a voz de nossa consciência.



Isso tanto é verdade que o próprio Cristo manifestou certa repulsa por um nome iniciado com “p” (até chamou Pedro de Satanás - Mt 16,23), chegando a proibir que chamássemos aqui na terra quem quer que seja de pai (Mt. 23, 9). Aliás, indubitável é que Jesus sempre foi avesso, se não à letra “p” em si, (lembra a palavra prego, inclusive), pelo menos o foi ao que ela simbolicamente representa de perigo, ou seja, a peia que os poderosos sempre estão prontos a pô-la nos pés dos subalternos. Fez exceção, contudo, ao vocábulo “Pai” que está no céu e, naturalmente, também ao termo “paz”, justamente por esta não ser deste mundo, mas que mesmo assim deve estar no mundo, além do que manifestou certa simpatia por pobres e prostitutas, certamente por serem explorados e oprimidos pelo poder secular.



Antes do desfecho final, vejamos alguns termos simbólicos do poder que vem pisando permanentemente as nossas cabeças , obrigando-nos a trabalhar não só por nossa subsistência, mas principalmente para sustentá-los perpetuamente no poder: Assim nos curvamos diante das autoridades, cuja denominação se inicia por “P”, se não vejamos: Pai, Padre, Pastor, Patriarca, Primaz, Papa (cuja tradução do latim significa Pater Patrum, ou seja, Pai dos Pais), Padrasto, Presidente, Pátria (prisão, praga), etc...



Como se vê, os “p’s” das paradeiras, tão preferido dos poderosos é também o “p” de pau para quem ousa contestar. Contestar, todavia, não tem “p”, pelo menos não em português, e o que se sobressai é o “c” de conciliação, concórdia, carinho, caridade, etc...



Caminhando para o pelourinho, os coitados dos trabalhadores precisam seguir o caminho para pagarem o preço, não da preguiça, mas do próprio sangue sem poderem sequer saber se era positivo ou pestilento.



Concluindo, faz-se necessário definir o que significa trabalho, termo que se encontra esclarecido em qualquer enciclopédia, e o que encontrei expressa-se da seguinte maneira: “Trabalho é toda atividade pela qual o homem (se não estou enganado a mulher também trabalha) no exercício de suas faculdades físicas e mentais, direta ou indiretamente, transfigura a natureza para colocá-la a seu serviço”.



Como não poderia deixar de ser, o termo trabalho provém da raiz latina: “trabs trabis”, o que equivale a trave ou carga que se impunha aos escravos para obrigá-los ao serviço.



Constata-se que a origem dessa bendita palavra sugere a idéia de sujeição, mais do que outra coisa. Em francês, a etimologia do termo “travail” remonta ao latim “tri-palium”, denominação de uma engenhoca formada por três estacas e que se destinava a manter presos bois e cavalos ariscos.



Por aí dá para entender porque os donos do poder (entenda-se políticos) costumam se dirigir ao povo trabalhador nestes termos: “Porque os trabalhadores têm direito a isso e aquilo e vamos representá-los no congresso, etc...”



Vejam como eles não dizem assim: “Nós, os trabalhadores...”, Talvez porque inconscientemente sabem que pouco ou nada trabalham, sendo, porém, a classe melhor remunerada, tão somente para fazerem muito pouco de proveitoso, se é que realmente o fazem.



No entretanto, o Criador prognosticara desde o início que o homem haveria de comer o pão com o suor de seu rosto, o que equivale dizer que não pode ser mediante a exploração do trabalho alheio (Gn 3, 19).






BENEDITO GENEROSO DA COSTA
















Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui