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Cronicas-->CIÊNCIA X BELEZA -- 14/03/2001 - 12:43 (Fernanda Carolina) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CIÊNCIAS X BELEZA

Fernanda Carolina Fonseca Vieira

Já não dava mais pra aguentar. E foi no limite do medo, das economias, da necessidade, que resolveu marcar uma consulta num clínico geral ainda para aquela tarde. O inchaço na ponta dos dedos não se comparava a dor que persistia há meses na coluna. Se bem que aquele gosto de fel na boca comprometia demais o paladar, o mais sagrado dos prazeres da carne. Como se não bastasse, com todo aquele verão, as feridas embaixo do braço não lhe permitiam usar nem uma camiseta sem manga.
Relatou minuciosamente todos os sintomas ao médico que anotava enigmaticamente num pedaço de papel. Seguiu-se um breve silêncio e ansiosa, aguardou respostas que aliviassem tanto sofrimento.
Foi informada a não usar mais aquelas sandálias de salto tão alto, para que não sentisse tanta dor na coluna, e que realmente acreditasse na consoladora frase sobre bons perfumes em pequenos frascos.
Quanto às unhas, recomendou-lhe que suas cutículas não fossem arrancadas mecanicamente, pois seria imprudente demais confiar na concentração de qualquer ser humano com uma "arma" na mão.
Princípio parecido se aplicava na solução da dermatite na axila. Tudo se amenizaria simplesmente dando maior intervalo entre as doloridas depilações. E ele desta vez, discretamente, apenas sussurrou: "_ Que falta de auto-estima!".
Pra não sentir o amargo constante na boca era só maneirar na maquiagem, pois as indústrias farmacêuticas ainda estavam elaborando uma fórmula que garantisse 100% de fixação em países tropicais, principalmente no verão.
E seguiram-se outras restrições adicionais contra o pecado que sempre havia cometido: a vaidade. Pensou nos inúmeros pares de sapatos que possuía, na fofoca da manicure, nos elogios masculinos à maciez de sua pele e a aparência de pouca idade... Nem pensou em argumentar. Agradeceu cordialmente e despediu-se.
Era hora de pesar na balança os benefícios do corpo ou do espírito. Não demorou muito para se decidir. Quando cruzou com uma amiga bem ali sentada na recepção do mesmo consultório, com um aspecto que lhe era bem familiar. Já sabia o que ela iria ouvir e as angústias que também sentiria. E dando-se de ombros, pensou: "Se ela puder, eu também posso!!!"
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