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cronicas-->Deixe-me ao menos te dizer adeus. -- 17/03/2009 - 19:48 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:131420485064737800
DEIXE-ME AO MENOS TE DIZER ADEUS.
(ao amigo, mestre, conselheiro, protetor, JORNALISTA JOSUÉ CLÁUDIO DE SOUZA) (In memorian)
Ana Zélia

Meu amigo. Uma pergunta apenas.
_ Por que me deixaste ir quando partias?_Por quê?
Dezessete dias e eu sem saber, Mesmo distante meu pensamento era aqui.
Liguei e ninguém teve a coragem de dizer. A eles eu era frágil demais.
Alegre preparava uma simples lembrança que trouxe de tão distante a ti, quando a notícia me foi dada.
__ JOSUÉ MORREU dia 13 de agosto, numa quinta-feira de madrugada.
Não acreditei. Liguei à rádio. Era verdade.

Chorei! Chorei! Chorei! Não me deixaste sequer dizer adeus.
Mas a vida nos apronta sempre, cabe a mim neste instante falar a ti.

Escorpião como eu, não temias a mulher bonita de cabelos loiros que em segundos romperia o elo que te prendia à vida, a nós, ao mundo.
Nunca a vimos como pinta o povo. Uma velha esquelética, transportando no ombro uma foice.
Sua missão é fria. Com um poder tamanho de imunidade...
Tornamos-nos amigos dela, eis porque um escorpião vive mais tempo.
Ela precisa de coragem para dizer ao CRIADOR que chegou nossa hora. Sempre passamos dos 80. Somos jovens aos 90. Como FÊNIX renascemos das cinzas.

Os terremotos, burburinhos, vendavais da vida, passam por cima...
Subo as escadas seguindo teus passos, como fazias diariamente. Sempre às 11h. Mesma sala, cadeira, gesto, sorriso aberto. Um cigarro acesso, um cafezinho, água. Uma palavra amiga.
Levantava um beijo no rosto, um aperto de mão mandava sentar ao teu lado, como um cavalheiro saudava.

__ Bom dia meu querido!... Palavra de afeto, de dentro do peito te dizia abrindo a porta.
Conheceste-me criança, cantando, sonhando pertencer ao "cast" da Difusora. Não perdia os programas "GELOMATIC" onde o saudoso radialista e Senador João Bosco, transmitia alegria, alegria...
Agricultora te fiz porta-voz de uma classe sofrida a qual pertencia. Pessoas simples que batalham pela vida...
Ouvir-te ao meio-dia e às 8h. Da noite em tua memorável "CRÓNICA DO DIA". "CRÓNICA DA NOITE".
A música "O GUARANY", antecipava tua prece a Deus.
Místico como todo ESCORPIÃO, falava aos nascidos naquele dia. Tal qual Omar Cardoso foste um estudioso da Astrologia.
Orientava, transmitia mensagens de paz, alegria...

Faz tempo tua voz calou. Cortaste o elo de ligação com o povo que religiosamente te ouvia.
A Emissora do teu coração deste ao povo.
43 anos no ar, levando alegria, alegria...
JOSUÉ FILHO perpetua teu trabalho.
FÉZINHA administra o património deixado. Partiste no dia de seu aniversário.

Dia 08 estive contigo. Mostrava os poemas que apresentaria na véspera do dia dos Pais.
Já não me ouvias. O horário era difícil a ti.
Mas eu estava ali para apresentá-los a ti.
Cantei "MEU PRIMEIRO AMOR", música solicitada por um ouvinte e que com ela saudaria meu falecido pai, retirado de nosso convívio bruscamente, covardemente por um louco do volante.

Falaste: __ Você é maravilhosa!
Falei que viajaria, precisava de cuidados médicos, bem como minha filha. Um pouco de sol, distante daqui, na Paraíba, devolveria a nós a paz perdida.
Falaste que breve iria à tua terra natal. Santa Catarina. Conversamos um pouco. Estavas bem.
PEDISTE PARA QUE EU CANTASSE A MÚSICA QUE MAIS GOSTAVAS.
"AVE-MARIA DO MORRO!". Cantei baixinho para não atrapalhar.

Hoje, sei que me escutas em algum lugar desta rádio.
A matéria se foi, você não. Sei que estás em tua sala fechada ou quem sabe ao meu lado aqui no estúdio.

Não! Passaste ao mundo dos mistérios, segredos...
Lá num cantinho do céu reencontraste os teus, aguardas por nós.
Tudo é passagem de tempo...

Meu querido Josué, em prece, baixinho como um murmúrio para não ferir teus tímpanos, canto a música que mais amavas. Ave-Maria do Morro.

"Barracão de zinco, sem telhado, sem pinturas lá no morro, barracão é bangaló.
Lá não existe felicidade de aranha-céu, pois quem mora lá no morro, já vive pertinho do céu.

É difícil meu amigo. A voz perde o tom, timbre, preciso continuar... Sei que me escutas.
Não posso parar agora que comecei. Ajuda-me, por favor!

Tem alvorada, tem passarada, alvorecer, sinfonia de pardais, anunciando o anoitecer.
E o morro inteiro no fim do dia, reza uma prece Ave-Maria, e o morro inteiro no fim do dia, reza uma prece Ave-Maria.
Ave-Maria. Amém. E quando o morro escurece eleva a Deus uma prece.
Ave-Maria. (agudo).

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Nota da autora- Na RÁDIO DIFUSORA DO AMAZONAS, Emissora do Povo e de Deus, fiz minha caminhada a convite de Josué Pai, que ao ler um poema meu publicado na Shogun Arte, abriu o espaço. Todas as sextas-feiras junto com o radialista Edson Mello, meu professor na arte radiofónica, apresentava o Momento Poético. Com o passar do tempo, estava quase dominando o horário de Edson, assim abriram um espaço aos sábados das 18 às 18.30. Foram mais de três anos. Com a partida de Josué Pai, fiquei sem espaço, pois ele sempre teve por mim muito carinho, muita atenção. Amo esta Rádio até hoje, tenho hábito de ouvir a oração matinal e o Jornal da Manhã. É como doença incurável. Todo dia, ou Paulo Guerra e Eduardo silva ou o incansável mestre Edson Mello. Meu beijo eterno a todos vocês e em especial ao amigo querido Josué Filho, Josué Neto. (Manaus, 16.03.2009) Ana Zélia












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