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Cartas-->CIENTOLOGIA, DOS EUA PARA O MUNDO -- 03/03/2005 - 07:33 (JOÃO DE FREITAS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A cientologia, seita das estrelas do cinema americano, quer crescer no Brasil. O problema por aqui é justamente a ausência de celebridades
Guilherme Russo

Raphael Falavigna/ÉPOCA



LÍDER Lucia Winther é a principal representante no Brasil

A cientologia é conhecida como ""a seita das estrelas"". Nos Estados Unidos, já congrega uma constelação formada, entre outros, pelos atores Tom Cruise e John Travolta e pelo pianista Chick Corea. A igreja carrega ainda outra fama - a de alvo de centenas de denúncias e condenações judiciais por delitos que vão de fraude fiscal a chantagem. Por essa razão, a estratégia de expansão do culto mira agora os países em desenvolvimento, onde há menos informação sobre as denúncias contra a seita e muita gente não fala inglês, portanto não entende os sites com acusações contra os cientologistas. Na Indonésia e na Gâmbia, por exemplo, os princípios da religião já são aplicados nos sistemas carcerário e educacional. Da Venezuela, saem missionários para os países vizinhos da América do Sul. O mercado mais cobiçado pela cientologia, no entanto, é o Brasil.

O problema é que, por aqui, a igreja ainda é um rascunho da matriz americana, que se baseia na adesão de famosos como estratégia de marketing. A principal - e única - celebridade brasileira da seita é a escritora esotérica Monica Buonfiglio, que afirma ter sido beneficiada pelos princípios da cientologia na recuperação de cirurgias para a retirada de quatro tumores. O movimento conta com apenas duas missões em São Paulo e uma em Jundiaí, no interior do Estado. De olho nas estrelas da televisão, os cientologistas planejam abrir em breve uma sede no Rio de Janeiro. Segundo a direção da seita, já foram vendidos no Brasil cerca de 4 mil exemplares de 27 livros publicados por Lafayette Ronald Hubbard, o escritor de ficção científica que fundou a seita em 1954, nos EUA, e faleceu em 1986. Apesar da leitura, o número de fiéis brasileiros não passa de 200.

A seita diz ter 8 milhões de fiéis no mundo. No Brasil, são cerca de 200

A cientologia chegou ao Brasil em 1994. Foi trazida por Lucia Winther, atualmente a principal líder e porta-voz do culto no país. Ela mora no andar de cima da editora Ponte, em São Paulo, que publica os livros de Hubbard, e controla com mão-de-ferro tudo o que está relacionado ao culto. Acompanha pessoalmente todas as entrevistas dadas pelos fiéis e organiza palestras de líderes do mundo inteiro, como as do venezuelano Augustín Pinto, que esteve em dezembro em São Paulo. Nesses debates, a religião se apresenta sob o nome de dianética, uma terapia que levaria os indivíduos à ""iluminação espiritual"". No encontro realizado na capital paulista, que durou duas horas, Pinto só mencionou a palavra cientologia nos minutos finais. Muitos dos presentes não sabiam que se tratava de uma religião.

Lucia Winther ainda não decidiu se vai autorizar Monica Buonfiglio a escrever um livro sobre a igreja. Enquanto não consegue a adesão das celebridades, os cientologistas brasileiros organizam também cursos voltados para pessoas em busca de aperfeiçoamento nas relações pessoais e nos negócios, principalmente executivos em cargo de chefia. ""Nosso objetivo é fazer com que os empresários adquiram conhecimentos e repassem esses conceitos a seus funcionários"", conta.

A cientologia se autoproclama uma síntese entre Ciência e Religião. De acordo com seus preceitos, uma parte da mente chamada ""reativa"" seria responsável por todas as doenças psicossomáticas e por todos os sentimentos de insegurança, culpa e arrependimento. A maneira de se livrar da ""mente reativa"" seria através da ""audição"", uma terapia na qual o fiel fecha os olhos e descreve repetidas vezes incidentes angustiantes e dolorosos de sua vida a um ""auditor"". Existem cursos especiais para formar um ""auditor"", que duram cerca de seis meses. O relato contínuo dos fatos desagradáveis aliviaria a carga negativa do fiel. Depois de dar fim à ""mente reativa"", o cientologista chega a um estágio superior e ganha o título de ""clear"". Para alcançar esse estágio são necessárias cerca de 2 mil horas de audição. Todas remuneradas. Cada hora custa em média R$ 35.
Roberto Setton/ÉPOCA


CELEBRIDADE Monica Buonfiglio é a única famosa no país

O principal crítico do movimento é o engenheiro americano Arnaldo Lerma, que foi membro da elite da igreja por mais de dez anos. Ele mantém um site chamado Exposing the Con (Expondo a Trapaça), no endereço www.lermanet.com. Ele chegou a ser processado por divulgar na rede escritos ""sagrados"", pelos quais a seita costuma cobrar uma fortuna. São histórias mirabolantes que buscariam explicar a origem da humanidade. Resumindo, há 76 milhões de anos, o maldoso Lorde Xenu, governante de uma federação galáctica, teria exilado os humanos na Terra para resolver um problema de superpopulação.
Lerma também descreve o que classifica como manipulações e tentativas de extorsão dos seguidores do culto durante os processos de ""audição"". Segundo relatos próprios e de outros ex-cientologistas, os ""auditores"" buscariam arrancar segredos dos fiéis durante o processo para chantageá-los. A igreja está envolvida em disputas judiciais em quase todos os 40 países em que está presente. No Brasil, pelo menos por enquanto, a cientologia está limpa - de processos e de celebridades.

A seita e as estrelas
A presença de atores e músicos é uma estratégia de marketing da igreja no exterior



















Fotos Gamma/Keystone,
Top Foto/Keystone, Rena Durham/Zuma Press, AP/Paul Warner, Mark
Mainz/Getty Images, AP/Lionel Cironneau, divulgação e AP/Ian
West

ÉPOCA,
28/02/2005.




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