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Contos-->A NOIVA LOUCA -- 20/07/2001 - 07:27 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Era moça brejeira. Do brejo mesmo. Morava em um morro que estranhamente era denominado colina. Seu maior sonho era casar-se. Mas não tinha muito com o que entrar na união.Tentava plantar café mas suas terras eram muito ruins e não obtinha os recursos que queria. Tentava plantar cana e pronto, de vêz em quando conseguia algo com seus esforços laborativos.Seus empregados se consideravam os reis e os donos das cocadas pretas. Alimentavam-se com auto afirmações que visavam exatamente minimizar seus traços negativos. Era considerada muito atrasada culturalmente por suas vizinhas. Tinha pais e irmãos muito velhos que se horrorizavam quando percebiam que algo de novo estava acontecendo. Estava ficando histérica. Na verdade o que se passava em suas entranhas era um notável furor. Um furor uterino que não tinha como ser equilibrado. Naquela fazenda não existia homem suficientemente capacitado para suprir suas necessidades. Então a noiva esperava sempre alguém que viesse de fora. Talvez esse traço de sua personalidade fosse herdado dos índios que viviam antes no local. Esperavam eles sempre por aqueles homens baixinhos, barbudos, sujos e com seus paus de fogo enormes que subiam pelo rio em suas canoas.
Aquela noiva extremamente feia e nariguda, ansiosa e faladeira, possuia um riacho que lhe cortava as terras. Ela não admitia que se construísse obra alguma nas margens do córrego e fazia um tremendo auê quando notava que uma sua desconsiderada vizinha tentava erguer uma fabriqueta de baterias eletricas ali adiante.
Na verdade aquela eterna noiva, já amarrotada pelos anos percebia que não teria como subir ao altar. Estava só. Seu véu já esgarçado e amarelado indicava atraso na convolação das núpcias.
Era uma noiva abandonada, uma noiva esquecida, uma noiva que tinha uma casinha no alto de um morro feio que chamava de colina. Ela na verdade era uma noiva muito doida.
Doida demais.
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