O que te prende, cara,
nesse chão doentio?
Cadê tuas asas, cara?
Cadê teu destino?
Eternamente perdido
nesse caminho certinho,
sem volta,
sem graça,
sem tesão...
Denso,
preso,
pesa rente ao chão.
Casa, comida, carinho,
mentiras pra acalmar
a tua ânsia de vôo,
teu desejo de voar.
Sempre fazendo o mesmo,
as mesmas transas banais,
onde só se perde,
onde ninguém se satisfaz,
esquecendo o espço sem trilho,
sem grade a te enjaular...
Hey, olha pra cima,
pra direção do voar!
Mas desisto de falar
pois sempre vou te encontrar
cantando a toda voz,
orgulhosamente,
no coro dos normais. |