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cronicas-->Batendo o martelo -- 15/04/2009 - 12:02 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quem poderia imaginar um encontro entre a tia Ambrosina e Van Grogue? Pois ele aconteceu mesmo. Foi assim:
O biriteiro Grogue, que já ostentava uma cabeleira quase toda branca, saiu do boteco do Maçarico, depois da pingaterapia do dia e, ao tentar atravessar a rua, quase foi atropelado pela velha senhora, proprietária do maior latifúndio urbano do Estado de São Tupinambos, a tia Ambrosina, que dirigia o Tucson recém-adquirido.
Além de acionar a buzina, com bastante indignação, por ter alguém tão estrumbicado, atrapalhado sua passagem, a mulher abriu a janela lançando impropérios contra o infeliz cambaleante.
- Sai da minha frente, ó pobre inferior! Será que me atrapalha só porque tenho parentesco com os donos da cidade? Vai querer chicote?
Então Van Grogue, bem atordoado, mas lembrando-se da pessoa que o ofendia respondeu:
- O quê, tia Ambrosina? Todo mundo sabe que a senhora quer regular a vida dos outros; que trata todo mundo como se fosse retardado mental. E todos sabem também que a senhora tem o que tem, por ter roubado a herança das outras pessoas. Quem a senhora pensa que é para responder por quem não lhe deu procuração? Quem a senhora pensa que é para difamar a todas as pessoas com quem não simpatiza?
Tia Ambrosina, percebendo que os gritos na rua chamavam a atenção dos vizinhos, puxou com força o freio de mão do caro e, pondo-se a esgoelar, botou a cabeça pra fora da janela:
- Van Grogue do inferno, vou mandar internar você, seu retardado mental, seu down fugitivo da psiquiatria; vou acionar o Silly Kone e garantir seu ingresso no sanatório, sua besta inútil!
- Devolve minha herança, velha maldita. Tire seus cachorros cancerosos de cima de mim! Ladra surrupiadora do dinheiro que o povo entrega à prefeitura para pagar o que é imposto. Saia logo com sua corriola de mágicos da cidade!
A tia Ambrosina sentiu-se mal naquele momento. Pensou em ligar para Tendes Trame, Jarbas o caquético, mas conteve-se. Encolhendo-se no banco, fechou o vidro e arrancou sem dizer mais nada.
Ela estava mesmo ficando velha. Já não apreciava tanto os bate-bocas fenomenais do passado, que a celebrizaram tanto. Pensando em desistir de tudo, inclusive apagando um blog que iniciara para comentar a política de Tupinambicas das Linhas, Ambrosina pisou fundo no carrão, saindo de uma vez por todas, das proximidades donde estava aquele biriteiro energúmeno. Na vizinhança alguém batia um martelo com alguma insistência.


Fernando Zocca
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