Usina de Letras
Usina de Letras
137 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62182 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22532)

Discursos (3238)

Ensaios - (10351)

Erótico (13567)

Frases (50584)

Humor (20028)

Infantil (5425)

Infanto Juvenil (4757)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6184)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->MASCARADOS -- 16/03/2001 - 22:40 (Maria das Graças Lemos Andreatta) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MASCARADOS

Luz,brilho,plumas, paetês.
O samba cortava a avenida e chegava a seu apartamento. Só, olhava a TV desligada e batia a cadência da música da escola com o pé. A taça de vinho que não bebia girava debochada em sua mão.
Chegou à janela. A próxima escola seria a sua. A fantasia queimava-lhe o corpo. Colocou a máscara que lhe cobria toda a cabeça e saiu para a rua vazia. Poucos metros até a concentração da escola que,linda, feérica, animada, conseguia esquentar-lhe o coração.
A bateria, num uníssono de amor àquele momento, dava o tom e comandava os três mil figurantes que durante todo o ano se agitaram,perderam noites, trabalharam, roubaram, juntando miçangas, vidrinhos, penas e paetês para enfeitar noventa minutos de nada.
A Comissão de Frente rolava suas evoluções e cada ala cumpria seu papel. Asa rquibancadas cantavam com o puxador o canto que falava de paz.
No alto mais alto do último carro alegórico aquela fantasia sambava solta e parecia querer voar a qualquer momento. Passava a impressão que o corpo que ela continha não se importaria se houvesse ali o grande momento da volta, da ida... ou seria a fusão de vida e vida?
O sorriso extático era o único desmovimento paralisado naquele solitário conjunto humano. Todo o resto balançava voluptuosamente e era aplaudido.
A escola passou. Era o último carro da última escola. Madrugada. Uma chuva fina escorria pela fantasia suada. Todos se foram. Só aquele corpo se contorcia ainda na avenida ao som de um som que já não ouvia.
Olhou para traz, sorriu para as arquibancadas vazias. Tirou a máscara, fantasiou -se de si mesma e retornou ao apartamento. sentou-se frente ao espelho e ficou espiando seu rosto lambusado com a tinta da vida. Uma lágrima mascarada desceu-lhe pela face. Levantou, tomou o vinho agora quente e colocou a máscara de gente. Dormiu.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui