Escrevo-te para questioná-lo a respeito de tuas férias! Já há tantos anos parou tuas atividades que solucionavam nosso infeliz cotidiano para resguardar-se na sombra do individualismo egocêntrico! Imagino que pensas ser redundância minhas palavras mas faço para mostrar-te a ênfase com que os estreitos horizontes dominaram as mentes humanas nos últimos tempos.
Por trás de quais nuvens escondeu-se o brilhantismo do Renascimento onde as biológicas se traduziam pela arte para expressar uma atividade humana em busca de cálculos exatos? Respondo-te:
Agora cada qual caminha solitário.
A competição dentre as ciências tirou a dignidade da alma científica. Agora preocupa-se com ajustes à outros ajustes apenas para um débil sistema manter-se desenvolto neste imenso mar de “especificidades”.
Os prazos sobrepujam as pesquisas e estas se tornam indefesas e ingênuas perante os monstros capitalistas chamados Orçamentos.
A interdisciplinaridade tão em voga nos discursos acadêmicos dá lugar a uma hierarquia de venda de profissionais. O que antes era óbvio tornou-se redundante.
Por isso, peço-te meu caro Bom Senso: volte!
Mostre-nos novamente teu latente desejo do saber, da investigação, da explicação, das descobertas fantásticas! E faça as cabeças novamente pensarem, as cidades novamente evoluírem, os espaços (abstratos e concretos) tornarem-se REALMENTE auto-sustentável.
Espero-te no intercambio de informações, meu caro Bom Senso.