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cronicas-->É Carnaval! E eu com isso?! -- 23/04/2009 - 17:44 (Jefferson Cassiano) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Na escola de foliagem, estou perto do grau zero. Devo ter ido a bailes de carnaval duas vezes na vida, uma para ver que não gostava e outra para ver se não estava errado. Não estava. Não me animo com a chegada dos dias de reinado do Momo. Olha que eu gosto de festa mais que a média dos quase quarentões, mas não consigo ser fisgado pelo ritual de carnavalização da vida. Nestes cinco dias - ou serão dez, onze ou quinze? - é comum ver gente sisuda soltando frangas e outros bichos por aí, como se tentasse compensar um ano todo de disciplina com algumas hora de vale-tudo. Pois é... nunca gostei muito disso.
Pode me classificar de estraga prazeres, "Onde já se viu? Ficar analisando o carnaval em pleno carnaval! É o ó do borogodó..." , mas o clima do carnaval me assusta um pouco. As vibrações no ar não me parecem boas, apesar do esforço geral para deixar tudo colorido, alegre e brilhante. Em vez de felicidade, o que envolve esses dias é uma aura de melancolia, reforçada pelas marchinhas sempre as mesmas; de forçação de barra, carimbada na tentativa de fingir que o mundo vai acabar até quarta-feira, e que se dane o resto; de total desequilíbrio, sem - ou talvez com - alusão aos três jovens fantasiados de Chapolin Colorado que encontrei caídos e desmaiados, pura cachaça, na calçada em frente a minha casa ontem. É... Mudemos o tom, para não atrapalhar a bateria, o cavaco e o pandeiro. O jeito é achar graça.
Na televisão, você tem diversas opções até quarta. Uma é assistir aos desfiles dos grupos especiais de São Paulo para dizer "Nossa! Não fica devendo nada ao desfile do Rio!", coisa em que só paulista acredita. A melhor de todas, preferida por oito entre dez aparelhos sem TV a cabo, é ver as grandes escolas cariocas e tentar entender quesitos esotéricos tais como evolução, adereços, enredo, harmonia. O que é um Carnavalesco? Carnavalesco é o cara que vive com carnaval na veio trezentos dias por ano e depois traduz uma ideia maluca, uma homenagem a João do Rio (sabe quem é, né? Então...), em plumas, paetês e isopor. O cara ainda quer que você engula que um monte de gente pulando na Sapucaí vestida de, sei lá, mico-leão-dourado, representa o "renascimento de uma consciência cósmica em plena baixada fluminense do século XVIII". Haja coquinho na cabeça! Melhor é desencanar e, se o negócio é encarar mesmo os desfiles transmitidos pela Globeleza, cumpra a tarefa só para ver aquela maluca aparecer peladona, ou para ouvir um comentário esdrúxulo da Leci Brandão, ou para esperar que um carro alegórico pegue fogo. Há pouca novidade na TV nesses dias. Torça pelos acidentes.
Sendo hoje domingo, é bem provável que você já tenha cumprido boa parte do ritual de carnaval. Você que pensa! O pior ainda está por vir. Provo com um "bem feito!": vai trabalhar amanhã? Quem manda não ser nem professor, nem aluno, nem bancário, nem funcionário público, nem publicitário, nem jornalista do Tribuna. O que é a segunda-feira de carnaval? É o dia em que todo mundo está de folga, menos você. Conforme-se, não haverá jeito. Segunda de carnaval também é o dia preferido por pessoas de ressaca e de muito mau-humor para colocar as compras em dia. Se você trabalha no comércio, boa sorte. Melhor coisa é seguir o conselho do Beto Vaca: no carnaval, para evitar a ressaca, mantenha-se bêbado. Até seus clientes carrancudos parecerão divertidos.
Terça é dia de churrasco com os amigos. Ninguém vai aparecer, saiba. Metade está acabada de tanto pular, outra metade foi viajar. Se houvesse outra metade, talvez ela aparecesse. Sem bebida, sem carne e com um apetite de Momo. Para encerrar, quarta é dia de apuração, da revelação das campeãs. Dia de torcer pela escola do seu coração, aquela da qual você só se lembra no dia do desfile. É dia, também, de ouvir um amigo criativo, sempre há desses, fazer a inédita pergunta: "E aí? Viu a Mangueira entrar, véio?". Por essas e outras, amigo leitor, é carnaval. E eu com isso?!
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