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Artigos-->Um cidadão chamado Amílton -- 04/05/2003 - 15:59 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Um cidadão chamado Amílton

Athos Ronaldo Miralha da Cunha





Num mundo em que prolifera cada vez mais o individualismo. Num mundo que globaliza a economia e concentra a renda. Num mundo em que estamos cada vez mais ensimesmados, embora estejamos vivendo numa sociedade que é tumultuada. Estamos no meio de uma multidão mas estamos sós. Hoje, nossos melhores amigos são virtuais. Nossas companhias são digitais. Nesse mundo em que a vida e a amizade são tratadas com indiferença, a solidariedade é notícia e comove o Brasil.



A solidariedade em si é comovente.

E muito mais tocante quando é praticada entre pessoas comuns. Pessoas simples de um povo sofrido e trabalhador.

Essa semana o Jornal Nacional veiculou uma notícia de Salvador. Havia uma ordem judicial para derrubada de uma casa. Um casebre de uma família humilde. Seu Amílton era o encarregado de manobrar o trator que deveria derrubar a casa. Seu Amílton recusou-se a fazê-lo.

Esse homem não poderia derrubar uma casa em que uma família de pessoas pobres habitava. Seu coração solidário falou e bateu mais forte. Seu Amílton, um trabalhador desse país, possivelmente com poucos estudos, não acatou a mandato judicial. Desacatou a justiça. Não obedeceu a ordem de um ilustre doutor. Seu Amílton “obstruiu” a ação da justiça. Hilário, não?

– Quem esse Seu Amílton pensa que é? – Certamente deve ter dito o doutor comodamente sentado em sua poltrona almofadada.

Um cidadão desprovido do título de doutor e sem nenhum poder político desacatou o todo poderoso oficial de justiça com um mandato em punho.



Seu Amílton teve a sensibilidade dos sábios e postura digna das maiores lideranças do mundo. Uma atitude que só a vida ensina. Uma postura que está muito além dos bancos universitários e das escrivaninhas da nossa justiça.



Num país em que os canalhas, os corruptos, os bandidos e os que nasceram para levar vantagem em tudo são notícia e muita vezes glorificados e paparicados, bastou uma lágrima sobre o trator e um não, bem redondo ao oficial, para percebermos que esse país tem gente honesta e que trabalha e reconhece o que é justiça. Está de parabéns esse brasileiro. Está de parabéns o povo brasileiro. Seu Amílton escreveu seu nome com dignidade nos corações das pessoas que assistiram o Jornal Nacional naquela noite.

Qual doutor terá a coragem de intimá-lo por ter obstruído a justiça? Quem será capaz de prendê-lo?

Seu Amílton. Um brasileiro que fez história.!





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