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cronicas-->Nem pense nisso! -- 23/04/2009 - 17:48 (Jefferson Cassiano) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Talvez a maior dificuldade do ser humano seja parar de pensar. Esses bichinhos chamados pensamentos parecem ter vida própria, vontade própria e casa própria: nossas cabeças. Quando você menos espera, ou menos quer, há sempre um deles entrando sem modos com os pés sujos do barro da inquietação. Pensamentos podem ser bons, maus, simples, complexos, novos, requentados e mais um zilhão de adjetivos em que se possa...pensar. Podem ser uma coisa e outra ou nenhuma coisa nem outra, mas sempre serão a mesma coisa: intrometidos.
Tenho o privilégio de ser amigo do Platão, grande João Eli, professor de filosofia com quem divido alguns intervalos de aulas e algumas dúvidas milenares. Cá entre nós, se é para filosofar, em Ribeirão Preto, ninguém melhor que o Platão, uma vez que só conheço o Sócrates pelas genialidades com a bola, embora saiba por terceiros bem confiáveis e pelos textos do Bueno que, principalmente depois de uns goles no Empório Brasília, o Magrão faz jus ao nome do mestre do outro Platão, o grego. Droga! Nem era sobre isso que eu queria escrever. Foi culpa de um pensamento que puxou outro pensamento, e acabei mudando de assunto. Pensamentos também têm essa coisa de se apegar aos seus iguais. São uma máfia.
Bem...o Platão. Dia desses, ele me perguntou: você já pensou para onde vão os pensamentos quando nós não estamos pensando? Assustador! É uma pergunta que pode nos levar a acreditar que, de fato, os pensamentos existem alheios à nossa intenção. Que eles ficam lá onde moram os pensamentos, a fazer reuniões para criar uma escalação de quem vai entrar na minha cabeça, quando, quantas vezes por dia. Se esse lugar existe, quem o controlaria? Não será possível que um pensamento de outra pessoa erre o caminho, ao sair do lugar dos pensamentos, e venha parar em minhas ideias sobre as coisas? Talvez não haja "pensamento meu" ou "pensamento de outro". Talvez seja tudo, no fim, a mesma coisa. Ai, ai, ai. Preciso pensar mais nesse assunto. Ou preciso não pensar mais nesse assunto.
A questão é que o pensamento quando ganha a briga dentro da nossa cabeça, vira um algoz, atroz, veloz, feroz, e consegue até enfiar umas aliterações e assonàncias nos textos que não pertencem a eles. Quem é que manda aqui? Você ou os seus pensamentos? Ah? Você é do tipo que acredita que um homem é aquilo que ele pensa? Nem pense nisso! Se eu fosse o que eu penso talvez estivesse preso, talvez morto, talvez nem nascido tivesse (se meu pai e minha mãe tivessem pensado melhor, talvez...). Está na hora de colocar uma ordem nesta zona de texto. É o seguinte: quem manda aqui sou eu, viu? Saiam deste corpo que não lhes pertence! Descobri um jeito de tirá-los do controle, senhores pensamentos. Quase sempre funciona. Vem aí, o lado autoajuda deste artigo-crónica-confissão. Eu vou autoajudar você!
A melhor maneira de vencer a briga com os pensamentos, considerando que são eles os responsáveis pela ansiedade do homem contemporàneo, é não brigar com eles. Coisa meio Gandhi mesmo. Quando a pré ocupação com as contas, com o patrão, com as contas, com a esposa, com as contas, com o namorado, com as contas, com a prova, com as contas, com as doenças, com as contas invadir sua cabeça na forma de um robusto pensamentão ou de um sutil pensamentinho, faça isto: nada. Deixe-o vir, desfilar em sua mente, mas não ligue para ele. Atenção: não é para ficar repetindo mentalmente "eu não vou pensar esse pensamento, eu não vou pensar esse pensamento". Além de ser um pleonasmo, esse tipo de frase reconhece a existência do pensamento do qual você quer se livrar. Não negue o pensamento que surgiu. É bobagem. Ele existe, esta lá. Só não se envolva com ele. Parece loucura, mas os pensamentos surgem sem que você precise pensar neles, mas só continuarão existindo se, e somente se, você pensar neles. É isso: tenha o pensamento que for, mas não pense seus pensamentos se não quiser.
Espero que a autoajudinha tenha autoajudado você. Se não autoajudou, sugiro que converse com o Platão, ou tome uma cerveja com o Sócrates, ou vá ouvir o Bueno tocar. Se achou tudo uma perda de tempo, saiba que isso é só um pensamento besta. Nem pense nisso!
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