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Cronicas-->Visita a um quartel -- 01/05/2009 - 13:13 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Visita a um Quartel

Ary Avellar Diniz

Professor e Diretor Geral do Colégio e da Faculdade Boa Viagem - Recife - Pernambuco

Convidado a assistir, no Quartel da PE, à solenidade em homenagem ao meu amigo recém-promovido a general, Paulo Humberto, para lá me dirigi e, com satisfação, revi a caserna da qual me afastei há quatro décadas, embora mantenha a amizade dos meus antigos companheiros.

Durante a garbosa cerimónia, um filme passou pela minha mente, uma verdadeira história brilhante de glórias do passado. De imediato, chamavam a atenção a disciplina da tropa, a hierarquia entre oficiais e praças e a cadência vibrante, sendo obedecida pelos toques de corneta, que substituíam as ordens vocais. Verdadeira demonstração de alto nível em termos de hierarquia e disciplina.

Instantaneamente, reportei-me ao período de 1964 a 1985.

Quanta diferença entre o tratamento ao ser humano, dado pelo regime militar às forças antagónicas, e aquele dispensado na Argentina, no Chile, ao longo do governo Pinochet, e ainda mais acentuadamente em Cuba, isso sem se mencionarem as ações nefastas dos totalitaristas Hitler, Stalin e Mao Tsé-Tung.

Lembrei-me das conquistas do Brasil, naquela época, principalmente quanto ao crescimento político, económico e social, com a inflação sempre controlada.

A maior hidrelétrica do mundo, Itaipu. - Que seria hoje de S. Paulo sem esse grande empreendimento? Tucuruí, considerada a quarta do mundo. - Sem ela, que seria do Norte do país? A energia nuclear de Angra dos Reis tem mostrado sua alta importància para o Rio de Janeiro, mantendo a Cidade Maravilhosa sempre bela e magnificamente iluminada, além de atender, no Estado, à complexidade do setor industrial e de serviços.

O desfile da tropa, ao som das melodias marciais, me fez voltar a percorrer as estradas do território nacional. Rodovias bem-conservadas, sinalizadas e de total segurança para os transeuntes turistas e caminhões transportadores de carga.

A ponte Rio-Niterói, edificada no intuito de facilitar o trànsito rumo ao interior do Estado e outros itinerários, hoje é um cartão-postal do Rio, a maior ponte de cimento do mundo.
O sonho continuava, tornando perplexo o espectador.

O rufar dos tambores parecia representar a ordem e o respeito aos princípios de cidadania. Naquele período de vida, praticamente não existiam sequestros, crimes hediondos, corrupções generalizadas. Eram percorridas a pé as ruas das grandes cidades, à noite, sem qualquer medo de ser atacado por delinquentes.

Nesse instante, suspirei e meditei: "Eu era feliz e não sabia"...

O desfile da tropa prosseguia cadenciado e fazia lembrar o barulho das máquinas nas indústrias, a todo vapor, quando se alcançou um crescimento entre 10% e 12% do PIB, hoje só comparado à China. Todas as cidades cresciam assustadoramente, em particular as grandes metrópoles. A conquista do emprego era considerada um bem comum para todos os brasileiros, não havendo, em consequência, tempo para o tráfico de drogas, exclusive o uso do lança-perfume durante os carnavais. Os morros do rio eram calmos, sendo o único deslize ali verificado alguns inocentes jogos do bicho. Os malandros, elegantes, se caracterizavam pelo samba no pé, dedicando-se mais ao carnaval de rua, ao futebol e a um bom chope gelado, acompanhado de batucada no boteco da esquina da rua onde moravam. Brasil, tricampeão de futebol: um dos espectadores nos jogos era o próprio presidente da República, auxiliado, ainda, pelo radinho de pilha ao ouvido.

De repente, despertei. A tropa reverenciava o mais novo general do Exército. Tornei, outra vez, no tempo e evoquei a educação no Brasil daqueles tempos: também nos quartéis, o Mobral alfabetizava os mais humildes, aqueles desprovidos de educação escolar. Os estudantes universitários participavam com orgulho do Projeto Rondon, viajando e percorrendo as mais longínquas terras da Amazónia.

Terminada a cerimónia, ao regressar ao mister diário, resolvi comparar aqueles vinte e um anos de governo austero com os vinte e um anos subsequentes.

Após o regime militar, sucedeu um governo civil que nos legou 84% de inflação ao mês. O seu substituto sofreu impeachment por motivo de deslavada corrupção. O governo seguinte pouco realizou, tentando, apenas, ressuscitar o fusquinha.

Seguiu-se o período FHC, que se notabilizou pela estúpida e grosseira retaliação às Forças Armadas. Não as conseguiu destruir pelo fato de o Exército, a Marinha e a Aeronáutica serem bem-estruturados, pautados pelo exemplo de dedicação à profissão, de honestidade, amor à pátria e orgulho de pertencerem à mais respeitada Instituição do Brasil.

Pernambuco, nesse período de oito anos, foi contemplado exclusivamente com o fechamento da Sudene.

No jornal Folha de S. Paulo, de 1.º/12/07, o jornalista Fabiano Maissonave, num de seus artigos publicados, diz: "FHC deixou uma economia fragilizada".

À guisa de remate, é bom frisar que todos os ex-presidentes do regime militar faleceram limitados de recursos financeiros, mas ricos de qualidade de vida emocional, pelo suficiente motivo de sempre haver cumprido honestamente com o seu dever.

Seguramente, a história do Brasil melhor avaliará o período governamental de 64 a 85, principalmente por intermédio daqueles que têm o poder de usar a reflexão.
Os pobres de espírito serão sempre sugestionados por murmúrios e calúnias.

Fonte: Farol da Democracia, Dez 2007


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