Os radicais livres e o PT

Athos Ronaldo Miralha da Cunha



No corpo humano os radicais livres são moléculas que por algum processo físico-químico sofrem um desequilíbrio. Entretanto, essa produção é necessária para funções celulares no combate a infecções e doenças. O problema é quando há uma superprodução de radicais livres, pois nesse caso prejudicam as funções celulares e o nosso organismo sofre muito. Para vencermos esse excesso devemos ter uma alimentação balanceada. Inteligentemente, o próprio corpo retira da alimentação as vitaminas antioxidantes e fabrica enzimas para manter o equilíbrio na regulação dos radicais livres.



A política também nos oferece os radicais que, em um Estado democrático, são livres.

Na conjuntura atual da política brasileira, esses radicais livres estão, principalmente, no corpo do governo. Embora, não podemos negar que há radicais livres em todos os quadrantes ideológicos. Mas os radicais livres que fazem parte do corpo do governo são os que mais aparecem. Pois são eles, com seus verbos e “enzimas” exaltados, que fazem o governo “sofrer”.

E esses radicais livres são necessários para fazermos um bom debate e inclusive a autocrítica tão necessária nesse momento. Esses quatro radicais livres do PT estão presos(?) a um posicionamento ideológico enraizado nos dogmas das eternas lutas. Aparentemente eles ainda não desceram do palanque eleitoral e não perceberam que são governo. Pela sua ótica diria que eles têm razão. Até acho que estão agindo coerentemente em acordo com suas trajetórias. Talvez esteja faltando um discernimento mais político e conjuntural. E temos que ter ciência que as reformas estão aí para serem debatidas. Tenho a impressão que nenhum brasileiro está completamente inteirado sobre as emendas das reformas.



O governo encaminhou ao congresso os projetos de reformas tributária e previdenciária. Anunciando que posteriormente encaminhará as reformas política, sindical e trabalhista. Prontamente, alguns parlamentares já se pronunciaram. O senador Paim, um moderado, não admite a contribuição dos inativos. Por outro lado, o partido pune os rebeldes e retira-os da comissão da reforma.

Todos os parlamentares têm as suas opiniões acerca desse ou daquele tema. Mas são as opiniões internas do governo que fazem sucesso na mídia. Pois a maior oposição está dentro do próprio PT. Livres, os radicais estão nos noticiários.

A senadora Heloisa Helena, a deputada Luciana Genro e os deputados Lindberg Farias e Babá do Pará, fazem a festa dos radicais livres do PT. Esses políticos estão na mira do Partido. Há quem diga que eles devam procurar outra sigla. Trilharem o seu próprio caminho.

No primeiro embate no congresso veremos como se dará essa unidade partidária do Partido dos Trabalhadores. Então veremos como será o equilíbrio entre os radicais livres e as enzimas antioxidantes.



Para o governo Lula, será problema se houver uma superprodução de radicais livres. Possivelmente prejudicarão as funções celulares e o corpo do governo sofrerá. Restará, nesse caso, ao governo, produzir as vitaminas antioxidantes necessárias.

E quais serão essas vitaminas anti-radicais livres do PT? Enquadramento? Centralismo? Brevemente, a democracia interna do partido deverá proporcionar essas respostas. Sempre lembrando que produção de radicais livres é necessária para funções celulares no combate a infecções e doenças. O problema é quando há uma superprodução de radicais livres.

E se o povo produzir esses radicais livres. Aí sim será um baita problema! Haja antioxidante!