O objetivo desse short paper é apresentar e discutir o capital intelectual e o seu valor, onde mesmo sendo colocado como um ativo intangível, representa de forma clara o diferencial entre empresas e organizações, como fator agregador de valor.
Ao se observar casos onde empresas e organizações que atuam nos mesmos segmentos de mercado, com produtos e custos similares, poderia se esperar que elas conseguissem auferir os mesmos ganhos, ou quem sabe, os mesmos resultados. Entretanto, essas expectativas geralmente não são atendidas, ou seja, embora com aspectos similares, algumas empresas tem mais destaque que outras. Sobre as análises que se desdobram desse fato, uma que se ressalta está vinculada ao chamado capital intelectual, que cada empresa dispõe, conferindo assim o seu diferencial em relação ao seu meio.
Segundo Ricardo Xavier, o capital intelectual pode ser definido como o “conjunto dos conhecimentos e informações possuídos por uma pessoa ou instituição e colocado ativamente a serviço da realização de objetivos econômicos”. Ou seja, capital intelectual é o conjunto dos conhecimentos e das informações das pessoas, advindos inclusive de experiências diversas, aplicadas em funções produtivas, dessa forma construindo o conhecimento das empresas e organizações.
O diferencial desse conhecimento entre organizações pode ser então considerado fator importante de comparação entre empresas, sendo responsável pelos resultados por elas auferidos, já que esse conhecimento passa a ser aplicado na resolução dos problemas cotidianos.
O capital intelectual assume sua forma no talento dos colaboradores e funcionários, apresentado ganhos internos, podendo ser percebido nos procedimentos gerenciais mais efetivos, e ganhos externos, como no relacionamento com clientes e fornecedores. Assim o capital intelectual se torna também um ativo intangível, na medida em que confere ganhos a empresa, faz parte dela, mas não pode ser mensurado contabilmente. Esse valor intangível é considerado como ativo na nova economia.
Organizações e empresas que exploram os serviços baseados em tecnologia e informação são um excelente exemplo do valor do capital intelectual, na medida em que suas ações negociadas em bolsas de valores, não raro, apresentam o valor nominal maiores que seus ativos reais. O fator que interfere no resultado da avaliação da empresa, pelo mercado, encontra resposta no capital intelectual que se demonstra pela forma como a mesma se comporta em relação aos seus concorrentes, aos fornecedores, aos seus clientes e produtos substitutos. A isto aliam-se as características de inovação e posicionamento de mercado.
O capital intelectual também pode ser facilmente percebido em organizações inseridas em cenários de constante evolução, onde a inovação representa o seu maior diferencial. Como no exemplo citado por Thomas Stewart, sobre a empresa MERK, indústria do setor farmacêutico, que considera suas pesquisas seu maior valor e diferencial em relação aos seus concorrentes, notadamente ressaltando o valor do intelecto dos seus pesquisadores e o fruto dos seus trabalhos.
Dessa forma pode-se concluir que o diferencial que o capital intelectual fornece às empresas e organizações é o responsável por ganhos internos e externos, e mesmo não sendo passível de aferição pelos métodos contábeis tradicionais, representa um valioso instrumento de percepção pelo mercado, influenciando, assim, a trajetória da empresa.
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Bibliografia
STEWART, Thomas A.. Capital Intelectual; a nova vantagem competitiva das empresas. Rio de Janeiro – RJ, Campus, 1998
XAVIER, Ricardo de A. Prado. Capital Intelectual: administração do conhecimento como recurso estratégico para profissionais e empresas. São Paulo - SP, STS, 1998