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cronicas-->Elza ouve o que não quer -- 12/05/2009 - 15:57 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Elza saiu naquela manhã fria de quinta-feira, indo ao mercado onde compraria os alimentos que precisava, segundo denunciava a despensa vazia.
Ao caminhar pela Rua Pedro de Tolette reviu uma velha amiga que há muito havia sumido. Era a admirável Zélia, a quem respeitava por ter esta, durante um período difícil em que vivera, aconselhado-a, fazendo-a conformar-se, de certa forma, com uma situação económica desvantajosa.
- Elza, a bactéria de cocó de indigente! Há quanto tempo não nos vemos. Você ainda vive? Pensei que já tivesse embarcado! Como é? E esse seu prazo de validade, é eterno? Você me lembra Candice Bergen, sua safada vingativa!
Elza parou estática. Não esperava ouvir aquele furacão verbal que se manifestava ali, assim, na rua, diante de todos. Zélia continuou:
- Elza, a maligna! Quem diria que aquela mágoa toda pudesse suplantar a figura daquele seu ex-namorado, o jogador de baralho, pinguço inveterado, empresário fracassado, passando a corromper a vida de crianças inocentes?
As pessoas caminhavam apressadas pela rua e notavam a angústia que irradiava da face de Elza. Zélia mandava ver:
- Como póde espalhar tanto excremento assim, no decorrer dessa sua vida miserável? Você sabia que durante o pouco tempo em que trabalhou, naquela repartição pública, havia muito mais gente insatisfeita, do que satisfeita com você? Elza, a maligna, você não é aranha armadora, mas também sempre teceu suas tretas, pela vida a fora, é ou não é, sua carniça fedorenta?
- Nossa, me desculpe, eu não sabia que você estava assim tão nervosa. Zélia, minha filha, me perdoa por qualquer mal que te fiz. Afinal, estava defendendo meu direito. Lei é lei, minha neguinha. É ou não é? - Elza queria desvencilhar-se da pegajosa, mas ao tentar sair, foi agarrada no braço. Então Zélia continuou:
- Você espalhou tanta peçonha a respeito de tanta gente, fazendo os vizinhos das suas vítimas temerem pela presença delas que... Sabe? ... Dá vontade de te espancar, maldita serpente sem dente.
Elza percebeu que alguns transeuntes já as olhavam, demonstrando receio de ver aquelas duas mulheres loucas, se agredindo no meio da rua.
- Eu tenho que ir embora. Já não posso ficar. Me dê licença. - Elza foi se afastando. A princípio com passos lentos, meio travados, mas depois, com mais desenvoltura, póde sair do campo de influência de Zélia.
Elza se sentiu aliviada, mas os efeitos do embate foram tamanhos que ela perdeu o rumo do mercado, esquecendo-se do que tinha de fazer. Ao chegar em casa, notou que deveria sair novamente, ou não teria o que almoçar naquele dia.


Fernando Zocca.
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