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Artigos-->5 Ps para Estratégia -- 12/06/2001 - 14:02 (Gabriel Castelo Branco) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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Cinco P’s para estratégia

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1. INTRODUÇÃO



O trabalho, presentemente desenvolvido, objetiva introduzir, mas não esgotar, o conceito de estratégia. Apresenta o conceito de Henry Mintzberg, The 5 Ps for Strategy.

A palavra estratégia, tão usada no meio empresarial deriva, na realidade do meio ambiente militar e tem como modelo a estratégia dos macedônios, liderados por Felipe II e seu filho, Alexandre, para derrotar os fortes exércitos gregos na batalha de Caronea (338 a.C.).



Como citado por Miyamoto Musashi, nascido em 1548, filho de Samurai e órfão de mãe, em seu livro The five rings book, “A estratégia é o ofício do guerreiro. Os comandantes têm que ordenar o ofício, e os soldados têm que saber seguir o seu caminho. Mas não há guerreiro no mundo de hoje que compreenda verdadeiramente o caminho da estratégia.”



O caminho da estratégia para Musashi pressupõe:



i. Nunca pense desonestamente

ii. O caminho está no treinamento

iii. Trave contato com todas as artes

iv. Conheça o caminho de todas as profissões

v. Aprenda a distinguir ganho de perda nos

assuntos materiais

vi. Desenvolva o julgamento intuitivo e a

compreensão de tudo

vii. Perceba as coisas que não podem ser vistas

viii.Preste atenção até no que não tem

importância

ix. Não faça nada de que nada sirva.





2. OS 5 Ps PARA ESTRATÉGIA



O presente trabalho, tem por base texto escrito por Henry Mintzberg, em 1987, entitulado Five Ps for Strategy, publicado originalmente no periódico California Management Review. Neste texto, o autor nos lembra que o ser humano insistem em atribuir definição para diversos conceitos, e mesmo a palavra estratégia, que possui uma explicitação formal, também pode ser melhor entendida por outros conferidos.



Inicialmente, são apresentados e explicados cinco conceitos para estratégia, definidos originalmente como: Plan, Ploy, Pattern, Position e Perspective, seguindo-se, em uma segunda parte, por considerações a respeito do seu inter-relacionamento.



Tendo em vista que os conceitos originais foram apresentados em inglês, quando da adaptação do conteúdo para o idioma português, alguns dos conceitos foram enquadrados em palavras que não necessariamente iniciavam pela letra P, mas por palavras que melhor expressassem o real significado da idéia embutida.





2.1 Primeiro P - STRATEGY AS PLAN (A ESTRATÉGIA COMO PLANO)



É a figura, ou conceito, mais comumente relacionado à estratégia. É entendida como um tipo de ação, ou formulação de diretrizes, que indicam caminhos para resolução de questões, como uma organização que “elabora estratégias” para aumentar sua participação de mercado.



Desta forma, por essa definição, estratégia possui duas características essenciais: confecção voltada ao uso e aplicação de acordo com seu propósito; e desenvolvimento consciente e específico (uso determinado). Ainda podem ser identificadas outras vertentes para a definição de estratégia como Plano, por exemplo:



MILITAR: estratégia é entendida como “desenho de um plano de guerra...plano individual de campanhas, e o respectivo engajamento das partes” (von Clausewitz, 1976:177) (adaptado).



TEORIA DO JOGO: a estratégia é “um plano completo, que especifica que escolhas poderão ser feitas (pelo jogador) a cada situação possível.” (von Newman e Morggenstain, 1944:79).



ADMINISTRAÇÃO: “a estratégia é ampla, abrangente: um plano integrado ... que se destina a assegurar que os objetivos básicos da empresa sejam atingidos.” (Glueck, 1980).





2.2 Segundo P - PLOY (MANOBRA)



Ainda como Planos, então, as estratégias podem ser gerais ou podem ser específicas. Desta forma a estratégia também pode ser considerada como uma Manobra (ploy), funcionando especificamente como um “estratagema” que visa enfraquecer ou derrubar oponentes ou outros competidores. Como exemplo pode-se citar a construção de uma nova planta industrial por uma empresa que objetiva a conquista de novos mercados. Neste ponto, a real estratégia não está na abertura de uma planta, mas no significado que essa Manobra representa aos demais concorrentes.



De fato, há uma boa parcela da literatura sobre gestão, ou administração, que geralmente levam a entender estratégia como processos de barganha, focando apenas os aspectos mais dinâmicos e competitivos. Esse aspecto pode ser observado nas literaturas sobre administração e negócios e conta com adeptos de renome como Porter, onde se ressalta o livro competitive strategy, 1980, e Schelling no livro The Strategy of Conflict, também de 1980.





2.3 Terceiro P - STRATEGY AS PATTERN (ESTRATÉGIA COMO PADRÃO)



Se Estratégia pode ser entendida como Planos gerais ou Manobras específicas, eles também podem ser realizados, em outras palavras, atribui definição aos Plano, resultando em um comportamento, assim o Padrão, aqui relacionado com o comportamento e com ação, ou conjunto de ações, do Planejamento. Esse exemplo pode ser melhor retratado como o Padrão adotado por Henry Ford, no seu modelo T, oferecido apenas na cor preta, ou seja esta definição é coerente com o comportamento decidido pela organização, sendo ele ou não questionável.



Podemos inferir que Estratégia é um procedimento Padrão, em ação, ou seja é a colocação em prática da estratégia. A ação Padrão, confere consistência ao comportamento, podendo até ser rotulado como a própria estratégia. Dessa forma, pode-se diferenciar Plano e Manobra do Padrão.



Entretanto, mesmo a partir do Plano, até a colocação de um Padrão de comportamento, outros vetores externos e alheios às vontades da organização podem sugerir alterações prévias à execução de desse mesmo Padrão. Dessa forma pode-se entender que o Padrão de ação, ou de comportamento, também sofrerá alterações do meio ambiente, concluindo que a ação não é só aquela projetada, mas a que realmente foi realizada, ou seja o Padrão efetivamente empregado.



Contudo, se há estratégias, para que emprega-lás? Esse questionamento vem sendo debatido por diversos escritores sobre o enfoque do uso de recursos (senti amplo), mas sempre permanecendo a questão: que recursos e para que propósitos? A empresa pode colocar como Padrão de marketing produtos apenas pintados em uma cor, mas certamente isso dificilmente seria identificado como uma estratégia pelos observadores.



- Planed strategy: as ações são instruções precisas, formuladas e articuladas por uma liderança central, de forma altamente deliberativa



- Entrepreurial strategy: advém das intenções pessoais do comando da empresa, que bus alternativas para oportunidades. Relativamente deliberadas, podem ser emergentes.



- Ideological strategy: as intenções são coletivas, advindas de todos os membros da organização. Também são deliberadas.



- Umbrella strategy: onde o líder da empresa possui controle parcial sobre as definições do planejamento e metas, repassando parte o definição de alguns padrões a outras partes da empresa. Podem ser parcialmente emergentes e parcialmente deliberadas. Se utiliza da manobridade para colocação do melhor Padrão de ação.



- Process strategy: o líder controla o processo estratégico como um todo, deixando as etapas sobre controle de outros. Em parte deliberada e em parte emergente.



- Disconected strategy: as definições são próprias de cada parte da organização, que mesmo parecendo uma ação disconecta, deliberam uma padrão geral para organização.



- Consensus strategy: de natureza emergente, é a ação mútua dos formadores da organização no estabelecimento de padrões de comportamento e ação.



- Imposed strategy: sob pressão externa, as organizações absorvem demandas para formular seus padrões de comportamento.





2.4 Quarto P - STRATEGY AS POSITION (ESTRATÉGIA COMO POSIÇÃO)



Este conceito trata da estratégia como a Posição onde se localizam as empresas e organizações, os ambientes onde estão inseridas (visão da teoria organizacional). Estratégia, segundo esta visão, torna-se uma combinação de forças entre a organização e o meio ambiente onde ela está, ou seja, entre o ambiente externo e o ambiente interno da organização.



Em termos ecológicos, estratégia, neste contexto, significa o nicho onde se está localizado, do ponto de vista econômico significa um lugar em que se gera renda (retorno) e sob o enfoque da administração, significa o local onde o meio ambiente e os recursos são encontrados.



Esta definição, até o momento, combina com as outras vistas sobre os Ps. Pode-se sugerir um Plano ou uma Manobra de ação para a empresa, assim como um Padrão de ação.



Na teoria dos jogos ou sob o enfoque militar, indica o “jogo de duas pessoas”, entretanto na administração toma um contexto, sugerindo uma competição mais ampla, onde as Manobras são muito comuns, revelando a Posição como um “jogo de ‘N’ pessoas”, onde o próprio termo Posição se refere à característica de um único competidor.





2.5 Quinto P - STRATEGY AS PERSPECTIVE (PERSPECTIVA)



Enquanto no quarto P sobre planejamento, Posição (ou position) tem seu enfoque voltado ao ambiente externo, sob sólidas posições ambientais e seus reflexos, o quinto P, que pode ser entendido como Perspectiva, é voltado aos aspectos internos da organização.



Procura nas lideranças internas da organização mecanismos para formular estratégias de forma a ampliar e melhorar sua participação externa. Neste caso a estratégia consiste na Perspectiva, não só de escolha de posição, mas no modelo de entendimento do mundo que cerca a empresa.



Existem empresas que construíram sua imagem, em termos de marketing, como ideologias em torno de desse conceito, como a IBM, McDonald’s ou a Hewllet-Packard, neste último caso com o “HP way” (ou “o caminho/a forma HP” colocando como sentido a forma de conduta, sob o enfoque da perspectiva de comportamento interno e externo da empresa).



Ou seja, coloca parâmetros internos que os antropólogos identificam por cultura e os sociólogos por ideologia, uma forma de ação que define o modus operandi da organização. Talvez a melhor definição tenha sido dada da tradução do alemão como “visão de mundo”, na interferência que o ambiente interno tem sobre o mundo que cerca a empresa.





3. INTERELACIONAMENTO ENTRE OS 5 Ps E O ECLETISMO DA DEFINIÇÃO



Após realizar uma multiconceituação, Mintzberg propõe que estes conceitos não são excludentes, mas compatíveis, isto é, que Estratégia como Posição e Perspectiva é perfeitamente compatível com seu Plano, Manobra e/ou Procedimento.



Porém, a relação entre eles é bem mais complexa que isto. Para alguns, as perspectivas da organização podem ser um plano, para outros as primeiras originam o segundo.



Segundo Mintzberg, a perspectiva, provavelmente aparece de experiências passadas pela organização, através de seu relacionamento com o ambiente, da mesma forma que uma pessoa desenvolve a sua personalidade. Sendo assim, existe razão para acreditar-se que enquanto os Planos, Procedimentos e Posições são mutáveis ou dispensáveis, as Perspectivas são imutáveis.



Para demonstrar essa linha de pensamento, o autor nos revela o exemplo do Egg Macmuffin, produto lançado pela cadeia de restaurantes fast food Macdonald’s para entrar no mercado de café da manhã. Este exemplo nos mostra que para o Macdonald’s, o Plano e o Posicionamento mudaram, enquanto a padrão e as Perspectivas da empresa não.



Mas, apesar de todos os relacionamento possíveis entre os cinco conceitos, nenhum deles precede o outro. Em alguns casos os conceitos competem entre si e podem ser substitutos, em outros eles se completam. Cada conceito contem elementos importantes para o entendimento da estratégia, encorajando-nos a perguntas fundamentais sobre as organizações em geral.



Segundo o autor a definição de estratégia pode ser considerada como eclética, pois como Plano, a estratégia lida com os líderes que tentam estabelecer direções para as organizações. Como Manobra, a estratégia leva-nos a entender as várias manobras empregadas na intenção de ganhar competitividade. Como Padrão, a estratégia foca a ação, lembrando-nos que intenções são vazias sem a ação. Como Posição, nos encoraja a olhar as organizações em seus ambientes competitivos – como elas ganham e protegem suas posições de forma a competir ou evitar a competição.



Finalmente, como Perspectiva, a estratégia inclui questões acerca das intenções de conduta em um contexto coletivo.





4. CONCLUSÃO



Os diversos conceitos, sobre os cinco Ps do planejamento, são referenciais. Na verdade são classificados como conceitos nas mentes de cada um, e de cada organização. Uma estratégia nunca foi vista ou tocada, trata-se na verdade de uma menção, um fragmento de imaginação inerente a cada um.



Pode ser melhor identificado como uma visão de mundo, uma cultura, uma ideologia, os meios que nos levam a resolver situações de confronto, como em um jogo, procurando a melhor alternativa de solução dos nossos problemas ou questões.



Esses conceitos ficam repartidos nas mentes e espíritos das pessoas que compõem as organizações, de tal sorte que podem até gerar um inconsciente coletivo, induzindo essas mesmas pessoas a agirem de forma direcionada.

Se analisados de forma correta podem revelar excelentes instrumentos, com utilização em diversos campos, desde o militar até a administração, o que torna seu estudo indispensável por diversas estruturas e tipos organizacionais. Como diria Hery Mintzberg a estratégia não é simplesmente planejada, é moldada.





5. BIBLIOGRAFIA



COBRA, Marcos. Administração Estratégica do Mercado. São Paulo Ed. Atlas, 1992.



___. Crafting Strategy. Universidade de Coimbra, Faculdade de Ciências e Tecnologia Departamento de Engenharia e Informática (Site: http://www.dei.uc.pt/gestao/forum/temas/classicos/crafting_ st.html
1).



____. Enciclopédia Britânica virtual (site: http://www.mediamonster.net/encbt.htm).



___. Management Experts. Sociedade Latino-americana para Qualidade (Site: http://www.qualidade. org / articles /mar97/3mar97.htm).



____. Mintzberg’s 5 Ps for Strategy. University of Cambridge, Department of Engineering (http://www.mmd .eng.cam.ac.uk/people/ahr/dstools/paradigm/5pstrat.htm).



Comentarios

MARCELO   - 21/04/2020

estrategia como plano

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