Os anarquistas julgam Marx
Athos Ronaldo Miralha da Cunha
Hoje, fazendo uma visita ao QA, li a manifestação de um colega dizendo-se anarquista.
Diria que é uma agradável surpresa encontrar um libertário por essas bandas. Não sei se já escrevi em algum texto, mas sou um ex-anarquista. Comecei minha militância política pelo anarquismo há mais de vinte anos. Tempos obscuros mas emocionantes.
Hoje tenho apenas uma veia adormecida. Que volta em meia acorda e me chama a atenção. Entretanto cultivo um comportamento “anarquista-graças-a-deus”.
Coincidentemente, também, terminei essa semana a leitura de “Os anarquistas julgam Marx” vários autores, da Editora Imaginária. Um livro polêmico e instigante. Um marxista ortodoxo ficará extremamente inconfortável com a sua leitura. Pra não dizer... bufando de raiva.
Abaixo dois fragmentos do livro.
Marx foi a tênia do socialismo, ensina-nos Proudhon. É verdade! Entre Maquiavel e Lênin, sem nos determos nos outros, Marx é o traço de união que religa entre eles os despotismos intelectuais das palavras, para limpar suas vilanias.
Um século após a morte de Marx, os “marxistas” contam-se aos milhões no mundo. A bem da verdade, raros são os que o lêem, e ainda mais raros os que tentam compreendê-lo a maioria dos pretensos discípulos reduz o ensinamento do Mestre a um catecismo infantil e a algumas fórmulas caricaturais. Pouco importa! Pode-se aplicar a Marx o que Montesquieu dizia do Papa: “É um velho ídolo que se incensa por hábito”.
Uma boa leitura para entendermos como eram os debates nos tempos de Marx e Bakunin.
Boas vindas aos anarquistas!
O leque ideológico do Usina está cada vez mais plural. E isso é muito bom para o debate.
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