Depois de esgotados os recursos para evitar a CPI da Petrobras, recursos que vão desde a hipótese de que isto (a CPI) afetaria a imagem internacional da empresa, segue-se a alegação do prejuízo financeiro que sofreriam seus milhares de acionistas. Ora, a alegação de que a CPI afetaria o prestígio internacional da estatal é vaga e preconceituosa. Parece que antecipa irregularidades que seriam detectadas nos levantamentos da Comissão. A preocupação com os milhares de pequenos acionistas é nova, visto que a "intervenção" de Lulla no Banco do Brasil - que tem igualmente milhares de acionistas - foi efetuada sem que a questão fosse sequer mencionada.
Em relação à indicação dos integrantes da CPI, que será composta por "apenas" 8 (entre 11) membros da "base aliada", é uma briga de bandidos dentro da quadrilha. Calheiros quer escolher presidente e relator e rejeita Jucá (líder do Governo) porque quer defender os seus "diretores na Petro" e não quer que o Governo dê as prioridades e, sim, ele. Jucá, supõe-se, daria preferência a Lulla e não a Calheiros.
A primeira questão a ser abordada, antes mesmo da conhecida vocação da estatal para evitar concorrências entre fornecedores, é o absurdo de uma empresa ter 1.150 (!) pessoas nas áreas de marketing e comunicação social. É a maior população de empregados em agência de comunicação social, marketing, publicidade e relações com o mercado da América Latina. E a Petrobras ainda vai contratar uma agência para acompanhar a CPI. (!)
Outro dia, um conhecido meu disse-me que tinha que apresentar um "orçamento de cobertura" para concorrência na Petrobras. Perguntei-lhe se se tratava de um projeto de engenharia civil. Ele riu e explicou que "orçamento de cobertura" era a forma de ajudar alguma empresa da mesma área, propondo um preço mais alto do que o da concorrente, garantindo-lhe a vitória. Tudo de acordo com o arraiá da Petrobras.