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Textos_Religiosos-->CUBA LIVRE - UM DRAMA DE CONSCIÊNCIA -- 23/02/2008 - 17:00 (Benedito Generoso da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
*CUBA LIVRE - UM DRAMA DE CONSCIÊNCIA

A idade e sobretudo as doenças que habitualmente a acompanham ditam a sua irrevogável lei, e Fidel Castro acaba de decidir, e bem, sair de cena, que não da luta política. Faz o que o papa João Paulo II, por exemplo, na sua enorme vaidade pessoal, não foi capaz de fazer. Os do Grande Dinheiro e do Grande Poder rejubilam com esta sua saída de cena. Cuba socialista e pobre, mas sempre de pé perante eles, foi, ainda é e, certamente, continuará a ser por mais tempo o pequeno-grande espinho cravado na sua garganta. Nem o bloqueio que desde o início lhe impuseram, alguma vez, a fez capitular. Cuba, a de Fidel, nunca se lhes rendeu. E isso eles não perdoam a ninguém. Ou tu, pessoa ou povo, nos reconheces e adoras, submetes-te a nós e vais por nós, ou morres. À palavra de ordem da Dignidade que diz: "Liberdade, ou Morte!", sempre contrapõem a deles: "Capitulação / Submissão, ou Morte!". Desconhecem que a dignidade dos povos, como a das pessoas, nunca é, não pode ser objecto de compra e venda. Os do Grande Dinheiro e do Grande Poder sempre foram e serão completamente analfabetos em dignidade humana. Só conhecem o seu próprio brilho, que é a mais densa Treva planificada e organizada que alguma vez se abateu sobre o nosso Mundo. Um brilho - Ideologia / Idolatria - que cega e mata as pessoas e os povos que se formem na sua escola. Todos os pecadilhos de Fidel e da Cuba de Fidel, na sua heróica resistência ao longo destas dezenas de anos, ao Grande Dinheiro e ao Grande Poder são como mosquitos comparados com os camelos, perdão, com os monstros que os dois são, juntamente com o Grande Templo erguido em honra do Grande Ídolo das Religiões. Mas o nosso Mundo, dominado pela densa Treva da Perversa Trindade do Grande Dinheiro, do Grande Poder e do Grande Ídolo das Religiões, não sabe distinguir a realidade mais real, nem consegue ver o óbvio. Por isso sempre se refere a Fidel Castro como um ditador ou tirano, e ao genocida G. W. Bush por presidente dos Estados Unidos da América. Pessoalmente, nunca fui a Cuba. Bem pena tenho. Mas sei de amigas minhas, amigos meus que já foram lá passar férias e quase todos vieram decepcionados com o que viram e encontraram. Foram com os olhos encandeados pelo Grande Dinheiro e pelo Grande Poder que nos têm a todas, todos, aqui no Ocidente, como reféns. Certamente, que se os Sem-Abrigo da Europa, da África e de todos os outros países da América Latina, lá fossem, sentiriam a diferença, e para melhor. Cuba seria reconhecida por eles como a sua mátria, a sua pátria. Iriam sentir-se, pela primeira vez, em casa. O mesmo sentiriam os meninos, as meninas da rua. E os milhares de milhões de pessoas portadoras de doenças que não dispõem de dinheiro para poderem frequentar as clínicas privadas e os hospitais privados que, mesmo entre nós, começam cada vez mais, e sem alarido, a ocupar os lugares deixados vazios pelos hospitais públicos que o Governo do socialismo moderno de Sócrates está sucessivamente a fechar. O meu amigo Frei Betto, do Brasil, que até já foi assessor do presidente Lula, nos primeiros meses em que Lula presidente ainda tinha olhos e ouvidos e entranhas de homem para as maiorias oprimidas e empobrecidas do Brasil - depressa se deixou desses "pruridos" humanos e meteu-se a servir o Grande Dinheiro e o Grande Poder, como qualquer outro que conseguiu aquele cobiçado lugar e quer perpetuar-se nele e, por isso, o meu amigo Frei Betto deixou-o entregue à sua idolatria e à sua traição - é o único amigo meu que conhece Fidel e Cuba de Fidel, como poucos, e, por isso, tem sabido discernir e falar de um e de outra sem nunca ferir a verdade e a realidade. Porque, todas as vezes que o meu amigo Frei Betto aterra em Cuba, e muitas são, só este ano já foram pelo menos duas, sempre leva com ele a realidade sofrida do seu próprio país e de todo o continente latino-americano e do resto do mundo que ele bem conhece, dado ser muito viajado, por força do seu carisma de membro da Ordem dos Pregadores. E percebe facilmente que Cuba é pobre, mas não é analfabeta. Sabe, por exemplo, que a taxa de alfabetização da população é de 99. 8%. Sabe que Cuba dispõe de 70.594 médicos para uma população de 11. 2 milhões de pessoas, o que dá em média 1 médico para 160 habitantes. Sabe que Cuba tem um índice de mortalidade infantil de 5. 3 por cada mil nascidos, enquanto nos EUA, essa taxa é de 7 e, no seu próprio Brasil, é de 27. Sabe que Cuba dispõe de 800 mil diplomados em 67 universidades. E que, em cada ano, entram na universidade em média mais 606 mil estudantes. Sabe que Cuba mantém actualmente médicos e professores a trabalhar em mais de 100 países empobrecidos e promove em toda a América Latina a chamada "Operação Milagre", destinada a curar gratuitamente doenças dos olhos, bem como a campanha de alfabetização "Eu também posso", cujos espectaculares resultados estão à vista de toda a gente que queira ver. E em quais outros países latinoamericanos, africanos, asiáticos e mesmo europeus, nos quais o Grande Dinheiro, o Grande Poder e o Grande Ídolo das Religiões andam à rédea solta, sem que os povos subjugados por eles lhes barrem a carnificina cada vez mais obscena em que os três como um só são peritos, poderiam ser colocados à entrada nas ruas das respectivas capitais, cartazes como os que se podem ler à entrada em Havana: "Em cada ano, morrem 80 mil crianças vítimas de doenças evitáveis. Nenhuma é cubana", e "Esta noite, 200 milhões de meninos, meninas dormirão nas ruas do mundo. Nenhum, nenhuma é cubano"?! Em quantos e quais? O Grande Dinheiro e o Grande Poder, juntamente com o Grande Ídolo das Religiões, organizados em sistema, hipocritamente, chamado Ordem Mundial, constroem grandes palácios, grandes santuários, grandes cidades, grandes arranha-céus, grandes Torres Gémeas ou de Babel, grandes condomínios fechados, grandes estádios de futebol, grandes pontes, grandes auto-estradas, grandes ilhas de luxo e de opulência, juntamente, com grandes Exércitos e potentes bombas de destruição maciça, com que encandeiam / amedrontam / esmagam as pessoas e os povos. Só que por cada um que eles põem a viver no luxo, condenam milhares de outros a ter de sobreviver no lixo. Os famintos de Pão e de Saúde, de Trabalho e de Afecto, são também os famintos de Dignidade humana. São pessoas e povos excedentários, condenados a desaparecer da face da terra. Para que fiquem apenas as minorias dos privilégios que, desde que aceitaram incluí-las, deixaram de ser seres humanos, para serem meros humanóides que comem, bebem, correm para todo o lado e fornicam sem que daí venha nada de bom para o mundo, porque só quem ama é que é chega a ser fecundo. E o Grande Dinheiro, o Grande Poder e o Grande Ídolo das religiões são intrinsecamente assassinos, perversos, mentirosos, por isso, totalmente incapazes de fecundar, gerar, amar. O mais que conseguem é fornicar. Compulsivamente. E, ainda assim, só com recurso a fármacos que disfarcem toda a sua impotência sexual. A idade e, sobretudo, as doenças que quase sempre a acompanham, ditam a sua irrevogável lei e, por isso, Fidel Castro decidiu e bem sair de cena. Não sai, obviamente, da Luta Política. Cuba socialista e pobre prosseguirá o seu caminho de resistência e de dignidade. A vigilância do seu povo terá agora que redobrar ainda mais, porque o Grande Dinheiro e o Grande Poder e o Grande Ídolo das religiões, os três como um só, já estão a afiar os dentes e as garras para se lançarem sobre a pequena Ilha que, qual David bíblico, lhes resiste e muito gostaria de os decapitar como David fez a Golias. Por quanto tempo mais o duelo se vai manter? Previsivelmente - é a História que no-lo diz - Cuba, ao contrário do David da metáfora bíblica, é que acabará por ser decapitada por Golias. Tal como sucedeu com Jesus, o de Nazaré, que levou o seu duelo até ao limite e para lá do limite e, por isso, acabou crucificado pelo Inimigo das pessoas e dos Povos. Não nos preparemos para celebrar esse dia, se ele vier a acontecer. Preparemo-nos, sim, para chorarmos inconsoláveis nesse dia. Porque será o triunfo dos Porcos. Da Treva. Da Idolatria. Do Perverso. Da Mentira. Do Assassínio. Da Besta. Porém, depois de chorarmos nesse dia, enxuguemos rapidamente as lágrimas e mudemos imediatamente de postura. Troquemos o luto pela luta. As lágrimas pelo canto e pela dança. Regressemos à Montanha. Ao Deserto. À Galileia. À Sierra Maestra, onde tudo começou e começa. Regressemos ao Duelo feito de muitos duelos. Porque o Futuro com dignidade humana abre-se mais e mais, sempre que a Besta triunfa sobre as vítimas que lhe resistem. Cada triunfo da Besta é mais um degrau que ela cava na sua própria sepultura. Porque a última palavra será sempre das Vítimas. Da Besta, apenas a penúltima. Foi assim paradigmaticamente com Jesus. Será assim com os povos crucificados. Só mesmo a Besta é que não vê. Porque é Besta!


Nota: Se quiserem comentar, façam-no por e-mail para
padremario@sapo.pt

*Transcrito do site do padre português, Padre Mário de Oliveira, conhecido como PADRE MÁRIO DE MACIEIRA DA LIXA.

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