Minha palavra de ordem agora é sim. Sim. Sem fechar os olhos para o céu cinza da destruição. Minha palavra irracional e mal pensada é sim. Sem tampar os ouvidos para os sons da poluição, o barulho do caminhão, a sirene da ambulància que te leva para o hospital, o final. Sim, sem tampar o nariz para o cheiro que invade a janela da minha casa, que adentra pelo jardim dos meus pulmões ressecando. Sim pela água que escorre poluída pelo riacho, que um dia foi riacho, que abastece sua mangueira de jardim com a mesma intensidade que o seu chuveiro no banheiro, a pia da sua cozinha e cozinha sua comida cotidiana. As verdes verduras cozidas pelo agrotóxico que mata os germes e ironicamente nos envenenam e envenenam nosso solo. Verduras verdes regadas pela impetuosidade de uma chuva ácida. Assim, sim, eu vou, vou vivendo, enfrentando como bois numa grande manada, caminhando ao encontro de nosso destino. A natureza é assim, sim. Alguns ficam pelo caminho, enquanto a maioria simplismente vai. Vai cumprir sua meta, sua necessidade de perpertuar a espécie, e que espécie!? Seleção nada natural em nome da lei da sobrevivência. E que sobrevivência?!