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Cronicas-->Um Dia Bem Barra -- 15/06/2009 - 12:54 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Se toda vez que me chamassem de louco eu recebesse R$ 1,00 hoje eu estaria milionário". Foi a frase dita por Van Grogue depois de ter tomado a "saideira" no bar do Maçarico, naquela tarde de domingo, em que o Flamengo foi impiedosamente goleado pelo Coritiba.
O dia não tinha mesmo sido legal. Fora horrível. Na mesa a conversa descambara para as pretensões de um político que já inventava uma nova fórmula para tirar dinheiro do cidadão. Ele queria fazer uma lei que obrigaria o eleitor, que trabalha informalmente, a pagar uma taxa à previdência social, a fim de ter seus direitos constitucionais à saúde exequíveis pelo estado.
Todo mundo que frequenta boteco sabe que quando um assunto desses entala na goela da turma, fica bastante difícil manter o clima aprazível, onde impera a alegria e a cordialidade.
Sempre tem aquele chato que vem propondo coisas benéficas pra ele mesmo. Foi por isso que Grogue dissera ao sujeito:
- Vocês só pensam em tirar o dinheiro do povo; querem angariar sempre mais e mais. Mas nem pra asfaltar uma rua demonstram boa vontade. É claro que o estado precisa de mais verbas. Afinal, como é que pagariam as passagens aéreas, das viagens dos parentes e amigos dos deputados, se não houvesse a entrada de mais numerário?
Grogue "queimara mesmo o pêlo" com aquele assunto desconfortável, que pintara no exato momento em que, aos 30 minutos do segundo tempo, no Alto da Glória, Leozinho, aproveitando um rebote do goleiro Bruno marcou o quinto gol para o Coritiba.
O clima no boteco começou a esquentar e o zumzumzum poderia terminar em altercação perigosa, se naquele momento Grogue não pagasse a conta e saísse criticando a cobiça desmedida dos políticos tupinambiquences.
- Lesado é problema. Fica nesse nhenhenhe justamente no momento em que se pode descansar das agruras do dia a dia. Conversa de lesado é fogo. Quem vomita a noite inteira não deixa de ser descompensado. - murmurava Grogue ao sair do botequim.
Enquanto ele caminhava em direção ao seu fuscão preto, com as chaves na mão, alguém vestindo uma camisa cor de vinho, passou de moto gritando:
- Fala ai, Grogue! Depenaram o urubu, rarará!
Com a cabeça girando mais do que a da "sinhá" que ingeriu vários quentões na festa junina, Grogue fazendo pouco da tal lei seca, entrou no seu fuscão preto, saindo em direção a um outro lugar onde pudesse encontrar mais sossego.
- Caramba, como está ruim essa Tupinambicas das Linhas. Tem gente que não se enxerga. Pó mas domingo à tarde, durante o futebol, o cara inventa de falar de taxa a ser cobrada de gente que tem trabalho informal. Mas pode uma coisa dessas? Ora por que não procuram os jornais, as rádios pra fazer a propaganda? Que coisa mais chata. - monologando Grogue buscava um bar onde não tivesse tantas pessoas falando sobre política. - Ó assunto chato! - finalizou o companheiro.
Van parou defronte a pizzaria da tia Rosa. Ao descer do caro ele pensava: "Essa era daquelas que, antes de abrir seu comércio, achava que comunicação de massa era diálogo entre pizzas. Ainda bem que se regenerou".
Grogue entrou no estabelecimento e olhando diretamente para a proprietária que servia um chope no balcão mandou ver:
- Diga tia Rosa. Tem lugar ai pra mais um encachaçado?
- Vamos chegando Van Grogue meu amigo. Você sabe, sempre cabe mais um, aqui no coração da mamãe.
Todo cuidado era pouco. Ele sabia que estava sendo "caçado". Jarbas e sua corriola queriam vê-lo bem longe dos assuntos da cidade. Quando Van sentou-se ouviu a pergunta da venerável tia Rosa:
- Fizeram o asfalto lá na sua rua? - havia ironia na voz da matrona.
- Ainda não. Com certeza querem que lhes puxemos o saco.
- Eles são muito vaidosos. Quem sabe se com alguns agradinhos, eles não se convencem?
- Só Deus sabe o que pode fazer gente igual aquela a comover-se com o sofrimento alheio. - lamentou-se Grogue ao ver entrando no salão o desnaturado Luis Ski Zitto o malfadado chefe de gabinete do Jarbas, o caquético testudo.



Fernando Zocca.

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