Para a maior parte dos cidadãos o dia 3 de maio nada mais é do que uma data onde se leva a sogra para passear no zoológico, os filhos para centros comerciais, a esposa para um restaurante ou a namorada ou amante para um motel. Um dia o cidadão que não tem que trabalhar busca um pouco de liberdade, embora a sogra e os filhos não concordem muitas vezes com isso.
Pois bem, o dia 3 de maio é também o Dia da Liberdade de Expressão. Foi por isso que os alunos da primeira turma de Jornalismo da Faro saíram pelas ruas de Porto Velho divulgando a data, fundamental para o exercício da profissão.
Como autênticos professores da fé, abordaram os transeuntes nas principais ruas do centro da Capital rondoniense explicando a importância da data, da profissão de jornalista e seus desdobramentos sociais.
Seria apenas uma turma de jovens em busca da utopia da liberdade? Quem sabe? A utopia é o grande diferencial entre os jovens e os cidadãos conservadores.
Num país onde matar significa impunidade, eles lembraram de algumas mortes, como a de Líbero Badaró, que foi assassinado a mando de Dom Pedro I, Vladimir Herzog, que surgiu enforcado nas celas do DOI-CODI durante a ditadura militar, Sávio Brandão, no Mato Grosso, e o mais famoso nos últimos tempos, Tim Lopes, executado por traficantes cariocas.
Com o firme propósito de alertar a sociedade rondoniense em relação aos crimes que vêem acontecendo no Brasil e que comprometem a integridade física dos que divulgam notícia e lutam por justiça os jovens foram para a rua, aproveitando para divulgar sua presença junto à mídia local, mostrando que têm consciência e que pretendem enriquecer a profissão com sua garra e determinação.
Alguns deles ainda não tinham sentido o gosto de poder falar da futura profissão para os cidadãos comuns, e tiveram o batismo de fogo no contato com o público porto-velhense.
Conforme dados apurados pelos alunos, o quadro de insegurança é grave, de acordo com a organização Repórteres Sem Fronteiras(RSF), entre 01/01/03 a 30/04/03, 17 profissionais de imprensa foram mortos no mundo por causa de suas opiniões ou enquanto desenvolviam os seus trabalhos.
Os futuros jornalistas entraram em cena, defendendo os direitos democráticos e alertando a sociedade, que sem liberdade de expressão, não há civilização. Sejam bem vindos os novos defensores das idéias libertárias!