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Poesias-->Sonetos -- 09/09/2001 - 18:11 (Francisco Barros Cascalhar) |
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XXXVII
Oh quem pudera ser feliz como mansa ovelha
a pascer e balar tranquilo em verde prado!
Mas,um sonho maligno infetou minha mente
e ando nôm sei se perdido ou a fugir do redil,
Penas sem conto suporto por seguir terca iluçôm
que com certeça hà-me levar a infortùnio seguro,
donde nôm ache repouso este meu sofrido corpo
nem a minha voz encontre eco para se espalhar.
Mas,se um fado maligno de cote me està a tentar,
como pode resistir-se quem proclive è a crer em
fantasticos mundos com que sonha mente insana?
Nôm sei se è droga ou talismam que me possue,
mas intuio ser desespero o fim que me espera
por ousar cantar com a voz do leôm!!
De "o livro do desespero de chankecham"
http://www.terra.es/personal2/chankecham/
SONETO IX
Feliz aquel que transformou alma e mente
numha engenhosa màquina de amassar dinheiro,
triste de quem como eu na sua mìsera vida
nôm alcança a contar mais alò do fim do mes.
Que dita tem que ter o que a perna solta dorme
em colchôm de reluzente espuma de ouro
mas,que agrura para o triste que tombado no leito
nôm descansa porque a matinar nôm vem o sono.
Nôm hà paraiso na terra para um olhar elevado
mas si para quem baixo chave tem o cofre repleto.
Esse sabe que Cèu e Glòria estâm na sua mâm.
Quem de sonhos se alimenta e esperanças defeca
pode sentir-se etèreo,sutil e no espaço flutuar
mas,o seu fim serà contra a realidade espatifar-se!
SONETO X
Corroendo-me o peito levo cangado umha màgoa
que nôm tem cura nem fim que seja de seu natural.
Acompanha-me desde nôm sei quanto tempo hà
e sô findarà na hora em que morte triste hache.
Amargo è o destino de quem tal mercancia porta
pois que nôm sabe de dita,paz ou sosego
e por moito que clame ao Cèu por um fim certeiro
sempre hà de sofrer cuita que esperança nôm cura.
Nôm è a toa que o sensato nôm sonha nem delira,
sabedor de que a iluçôm è quimera e nada mais
passa pola vida peteirando as flores do presente
e deixa para o pobre sonhador empedernido
a sofrida tarefa de ir polo mundo turrando
dessa carroça que sô porta fùtiles esperanças!
De o livro Requiem por um sonho nôn-nato de chankecham
http://www.xente.mundo-r.com/iltrovatorechankecham/
Email: trovatorechankecham@mundo-r.com
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