XXVII
As veces vamos brincando
pola alameda,como dous nenos
recem chegados ao mundo
maravilhoso do amor.
Tu,feliz e contenta me regalas
com um que outro beijo,e eu tremente
de emoçôm agasalho-te com umha aperta.
De sùpeto,as nossas pernas tremem
como vìmeos leves,atè que atopamos
num recanto,sosinho,a nossa espera,
um banco do jardim.
Sentàmonos,um juntinho ao outro,
como um casal de pombos a arrular-se
no seu ninho.Logo encostas a tua
cabecinha no meu ombro e eu sonho,
como num conto de fadas que là no alto
do imenso cèu,um coro de mil gaiteiros,
vai tocando docemente um alalà...
para nôs os dous.
XXXVI
Quando me atopo com as
mil e umha injustiças que sofrem os
cativos na terra e com a alma chea de
angustia,sinto que nôm tem umha forma
ou jeito de remedar tanto mal,
digo para mim:nôm hà Deus!
Quando olho a natureza,atravès do raio e
da tormenta ou das mùltiples maneiras que
ela tem de ceifar vidas e colheitas e vendo a
impotència do home para endireitar tanto mal,
digo para mim:nôm hà Deus!
Mas,quando olho o corpo jeitoso da minha bem
amada e enfeitiçado me tem com seu meigo olhar,
penso nos infinitos encantos que oferenda a
vida um ser tam ledo e fermoso e digo para
mim:Oh prodigio do amor!! Hà
um Deus,ainda que tam sô se
encontre,no meu coraçôm!!
De o "Livro de cantigas de amor livre de Chankecham"
http://www.xente.mundo-r.com/iltrovatorechankecham/
Email: trovatorechankecham@mundo-r.com
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