Querida Afrodite,
Recebi hoje o teu e-mail, diretamente do Olimpo. Sei que não tenho permissão para dizer-te o sobrenome, mas quero mostrar aos humanos a coisa linda que me sussurraste agora há pouco, como se fosse um pássaro, como se fosse um grito:
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"Comecei a ler você por aqui. Fui clicando, clicando, lendo, lendo. Voltei à sua página na Usina. De novo clicando, lendo, sentindo. Não conseguia parar. Experimentei sentimentos mil. Senti, principalmente, vergonha. Mas também me senti gloriosa. Coisas contraditórias, deliciosamente contraditórias. Cheguei a sentir teus braços me envolvendo, simplesmente porque faço parte de todas as mulheres que você ama. E, ao final, resolvi que tenho que parar de ler você por hoje. E esperar os apelos que virão de continuar. Ou não virão. Não sei se sou capaz. Vou parar agora, depois de lhe escrever. Estou me sentindo devassada por você. Acho que foi a primeira vez que gostei de ser devassada. Você é um atrevido, entrou na minha alma sem ser convidado. Visitou a loucura toda que é só minha. E eu não tive forças para escorraçar você. Tenho agora que parar, não sem antes dizer que você me fez bem. E tenho uma vontade louca de gritar-lhe um palavrão, mas não consegui inventar o palavrão que quero lhe dizer!"
Só.
Doce@Olimpo.net
(Hoje não preciso dizer mais nada.)
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