Horas a fio...pensando...papel e bic na mão...
ouço canções que não encontro mais pelo caminho
lembranças do teu sorriso, do abraço, do beijo, do carinho
e de como seus olhos me congelam e prendem a atenção
Inutilmente, procuro trazer palavras antes submersas
faço um borrão de letras, rasuro, apago, rasgo o papel
volto a sonhar, entristeço, reflito, olho pro céu
ingênuo poema, de várias rimas e de sentenças inversas
Ao passo em que perco a inspiração, suspiro, caio em pranto
mas ouço um leve barulho, ao longe, e levemente levanto
palavras teimosas, à porta, de outras brandas fazem companhia
e não mais as desprezo, apenas recebo com doce simpatia
Deixo, então, que entrem todas elas...
pois, só agora, eu descobri de verdade
que, por mais perfeição que eu possa escrever
nunca haveria em meus poemas a serenidade
de palavras mais suntuosas e tampouco as singelas
que um dia cheguem a ser tão belas quanto Você |