O dia amanheceu ensolarado.
Eu que pretendia dormir pelo menos até as 8:00, fui acordada pelo alarme disparado as 6:00 de la mañana.
A Ana, pérola nova, errou o código 3 vezes e travou o teclado. Pulei da cama correndo com os olhos pregados de sono e lentes de contato (tenho que hidratá-las toda manhã antes de qq outra coisa).
O alarme tocava, Lolita gania e Ana, tadinha, me olhava em agonia.
Por sorte o alarme é temporizado e fechadas as portas e passados 5 minutos desligou as sirenes, no entanto, eu não podia sair de casa pois o tal continuava armado.
Marco subiu no telhado e descobriu que não conseguia desligar as sirenes. Com meu canivete, já que as ferramentas ficam ou na oficina (com sensor de alarme) ou na sala de tv (outro sensor), desliguei os fios do painel mas não adiantou nada. Liguei de novo e nada. De gatinhas entrei na sala de tv para enganar o sensor e consegui pegar minha caixa de ferramentas e o manual. Imaginem ler manual de alarme de madrugada, sonada e com ressaca de uma semana sem dormir direito? Sem reclamações meninas, é só a constatação da verdade *g*
Lí, relí e descobri que não havia nada errado. Avisei aos pequenos-maiores-que-eu:
- Tenho que abrir a oficina.
- Ah não mãe, por favor! Chama a Graber.
- Não tem Graber Talita, só quem sabe mexer nessa droga é seu pai. Vamos ter que nos virar.
Lá fui eu resignada. O pior é depois ir de casa em casa me desculpar com os vizinhos e avisar que isso não vai se repetir.
Abri a porta e as sirenes dispararam novamente. Olhei, olhei, pensei e desliguei a tomada. Nada.
Desliguei a chave geral. Nada.
Fechei a porta e saí. Em 5 minutos restabeleceu-se o silêncio.
Resolvi deixar pra lá e manter as portas fechadas mesmo. Fui me arrumar para levar os meninos à escola sempre pensando.
O duro é isso, eu não desligo enquanto não resolvo aquilo que me incomoda.
Arrumada, já na saída, avisei:
- Tenho que entrar de novo na oficina.
Os 3 vieram comigo e abrimos a porta. Novo disparo.
Mas dessa vez vi algo que não havia visto antes: na porta do painel principal havia um esquema indicando onde estavam ligados os fios da sirene.
Tirei o parafuso e pronto. Ufa! Agora podia tentar resolver com calma - sem Lolita, sem barulho e sem agonia - o problema do alarme.
Levei a turma para a escola e voltei. Pensei: - Vou dormir de novo e depois ver o que faço. Quem disse que consigo...
Peguei minha maleta de primeiros socorros eletro-mecànicos e voltei a oficina.
Desliguei tudo, até a bateria e religuei depois de alguns minutos.
E não é que o bichinho resolveu funcionar de novo? Digitei o código certo, religuei as sirenes e vim aqui contar a estória porque o sono foi-se embora.
Beijos sem sono, por agora
Março, 2001
