Usina de Letras
Usina de Letras
133 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62186 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10351)

Erótico (13567)

Frases (50587)

Humor (20028)

Infantil (5426)

Infanto Juvenil (4759)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6184)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->PRATINHA DO TÁXI -- 18/07/2009 - 01:04 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PRATINHA DO TÁXI
João Ferreira
17 de julho de 2009


Nas ruas de Itacaré, Bahia, ele é simplesmente o papai Noel. As crianças o adoram. O público o conhece, o admira e o respeita. Seus amigos principais são gente de posição: o juiz da cidade e o vice-prefeito. Duas vezes ao ano ele faz de Papai Noel: no Natal e no dia das crianças. Adora fazer isso e as crianças adoram sua figura de bononomia, seus presentes e suas barbas míticas. Gosta das Ongs que protegem, ajudam e buscam espaço para a educação das crianças. Seu taxi gira pelas ruas de Itacaré, levando ou buscando clientes nas pousadas, nos hotéis, nas praias, nos restaurantes. Seu roteiro passa pelas praias da Concha, de Tiririca, da Ribeira. Leva passageiros até Itacarezinho e cobra cinquenta reais, ida e volta. Gosta de viagens mais longas: se possível até Ilhéus. Tem de pagar 30 reais de aluguel do táxi com que trabalha. Por isso corridas mais longas o ajudam. Ele é um bom embaixador das grandes causas. Diz-se católico e gosta da igreja e do culto. Quando leva clientes de Itacaré para o aeroporto de Ilhéus sempre serve de cicerone e de emissário da terra, fazendo paragens no mirante a caminho da cidade do cacau e logo a seguir no restaurante da Empada onde se serve um prato de camarão que é um espetáculo: o camarão à oriental. Pratinha do Táxi ainda para mais adiante na fábrica de Chocolate Caseiro de Ilhéus. Um mercado aberto com muitas variedades para quem gosta de chocolate de verdade.
Pratinha tem um netinho, o Vítor, de três aninhos que adora. O netinho veio do Rio de Janeiro onde mora com a mãe e está agora visitando os avós maternos. Delícia para Pratinha. A patroa de Pratinha chama-se Adonias. Cuida da casa, assiste o netinho e quando tem um tempinho livre gosta de ir testar sua arte piscatória na foz do rio Contas, junto à orla da Concha.
Pratinha do Táxi não é alto. Já vai no começo da terceira idade. Mora numa invasão em Itacaré. É carioca. Trabalhou na Globo como motorista de caminhão durante cinco anos. Transportava cenários de novela para a emissora. Deixou saudades por lá. A Globo já lhe mandou recentemente duas mensagens convidando-o a voltar a trabalhar na empresa, lá no Rio. Mas ele está de pé firme em Itacaré. É adorado pelo povo e pelas crianças. Recolhe roupas para os pobres. Tem alegria de viver. Tem ideal e utopia.
Ganhou o nome de Pratinha do Táxi por uma razão que importa narrar. Ele conta que um dia abriu um bar onde as pessoas iam comprar suas coisas. Acontecia que quando o povão queria comprar alguma coisa ou beber uma cachaça e não levava dinheiro suficiente para a compra, ele, antes de dar a mercadoria, mandava soltar a prata em cima do balcão: - "solta aí a prata", dizia. E fosse qual fosse a moeda, grande ou pequena, o cliente, pobre ou rico, sempre levava a mercadoria no todo ou na parte. Pegava a moeda e dava o cafezinho ou o cigarro ou o que fosse. A moeda era a pratinha. Ficou com esse nome. Nome que se firmou depois que passou a ser motorista de táxi. Hoje é o Pratinha do taxi em Itacaré. Estaciona na praça dos Cachorros mas gira por toda a cidade e pelas redondezas, distribuindo simpatia e bons serviços.
Vale a pena conhecer a figura.

João Ferreira
17 de julho de 2009
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Perfil do AutorSeguidores: 73Exibido 688 vezesFale com o autor