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Artigos-->Afinal, que diabos é esse pop-rock? -- 29/03/2000 - 14:54 (Douglas Dickel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Todo mundo cansa de ouvir falar nele. A rádio rock mais jabá tem o nome dele. Mas você saberia responder se lhe abordassem na rua e lhe perguntassem: que diabos é ele? Provavelmente sim. Ou, provavelmente não. Eu não sei. Mas posso tentar.



Acho que ninguém pode duvidar que o pai desse diabos é o Beatles. Ou melhor, os Beatles. The Beatles. Aqueles caras de Liverpool que pegaram o rock ensaiado por Chuck Berry, Fats Domino e Bill Halley e colocaram o açúcar que enlouqueceu as meninas inglesas e terráqueas em geral. O disco Please Please Me, de 64, talvez seja o marco do pop-rock. É só lembrar de Love Me Do, She Loves You ou a própria faixa-título. Tem a guitarra do rock, tocada por George e John. Mas tem o iê-iê-iê do pop, receita do Sir Paul.



Os anos 70 não foram propícios para o diabos, e sim para a complicação do rock progressivo. E aí está mais um diferencial do pop-rock: ele é simples, fácil, extremamente fácil para você, eu e todo mundo cantar junto – desculpa a paráfrase, Flausino. Ele é rock para pegar a juventude, mas é pop para pegar também o maior número de integrantes das famílias. Até os pagodeiros e sertanojos. "Pop é um som para toda a família ouvir junto", já disse Paul Hewson, mais conhecido como uma marca de bolacha recheada. O diabos se faz de anjo para arrematar súditos. O ritmo é muito importante, a melodia também. Arranjos e letras nem tanto. Aliás, melodia e letra precisam ser pegajosos.



Quando o calendário marcava 8 no terceiro dígito, o diabos gargalhou com o calor do inferno. Era a vez de The Cure, The Smiths, Echo & The Bunnymen, David Bowie e U2 dominarem o planeta música. Até os progressivos se popizaram. E o braço direito do diabos foi, sem dúvida alguma, o quarteto irlandês de Bono, Adam, Edge e Larry. Nenhum virtuosismo por parte dos músicos, mas uma magia sonora que encanta jabazeiros e rockeiros – ouça Desire, por exemplo. O pop-rock não precisa de técnica. Precisa de "coração". Provocar algum sentimento, de preferência positivo. O pop-rock geralmente é alegre.



Anos 90: passa a febre rock n roll dos 80 no Brasil, e surge uma banda mineira para sentar à direita do diabos. O Skank começou com uma trilha de novela – O Homem que Sabia Demais –, explodiu com Calango e se mantém firme nesse calor todo. Cidade Negra cobiçava o posto de Samuel, Lelo, Henrique e Ricardo, mas fraquejou na antipatia de palco e no mau gosto. Johnny Quest anda pertinho, mas nem tanto. O Skank sabe usar e abusar das fórmulas, mas sem descer na qualidade. Pode ficar igual, mas assim empolga igualmente a massa. E o psicólogo Samuel esbanja carisma, como Bono Vox, mesmo com aquele penteado gallagheriano.



Aqui nesse Estado com bigodes e sem verbas, o diabos tem nenhum de nós ao seu lado. Nenhum de Nós, a banda de Thedy, Sady, Carlos, Veco e João Vicente. Isso não é algo que esteja tão à vista, mas depois de ter assitido pela sexta vez ao show dos caras, cheguei à conclusão. Foi na terça 9, aqui na Unisinos. O grupo não pode estar mais entrosado. As luzes estão muito bem escolhidas. Atrás do palco tem spots azuis iluminando de baixo para cima, idéia que imagino ter sido inspirada no show do Massive Attack – eles estavam sentados ao meu lado, no Free Jazz. Descobriram o poder de um teclado, que é usado por João para fazer climas em inícios de músicas. Perdoem, mas lembrou Pink Floyd. Nenhum é fera no seu instrumento, mas Thedy tem uma voz muito marcante e diferenciada, o que é um sine qua non para o pop.



Acima de tudo, músicas como Sobre o Tempo, Diga a Ela e o hit atual Da Janela transmitem uma sensação muito boa, penetram na alma ouvinte. Isso é o diabos! Ainda sobre o show, o NDN tem a sabedoria de fazer pout-pourri. Num deles, tocam Pra Dizer Adeus, dos Titãs pop-rock. Noutro, Vital e sua Moto, dos Paralamas pop-rock. Ainda resta falar sobre Astronauta de Mármore. Essa me fez lembrar de quando comecei a ouvir rádio, quando o diabos se manifestava em Oingo Boingo, Erasure e Information Society. A música é uma versão de Starman. Para quem não lembra, é do David Bowie, que não está à direita do diabos, mas pode ser o próprio. Quando esse monstro britânico tocou aqui no Brasil, falou: "Agora eu vou tocar uma música que vocês já conhecem, mas não do jeito que vocês conhecem...".



Em tempo: no inferno mundial da década que está acabando, o acessor do diabos atende pelo nome de Oasis. O que remete ao começo de tudo. Não é?



Texto publicado no MusicZine – fanzine sobre rock editado por alunos de jornalismo da Unisinos, Grande Porto Alegre, RS
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