TE QUERO
Te quero, te quero,
Mas não te quero
Te querer me dói tanto, tanto
Que até a mim causa espanto.
Eu, que jamais, jamais,
Pensei em amar alguém a mais,
Me vejo agora e logo agora...
Prestes a uma paixão da hora.
Por isso, me pergunto, me pergunto...
Por que é que te quero assim... tão junto,
Tão junto de mim, se creio que tenho tanto
Mas, bem sei que nada tenho, portanto...
No meu diálogo silencioso, silencioso,
Tateando às cegas este caminho sinuoso
Vou tocando no seu corpo e te beijo, te beijo,
E no seu corpo me encontro, me vejo.
Constato pelo meu tato, pelo meu tato
A perene leveza que há no seu ato...
E a certeza de que no coração, no coração
De um poeta há sempre uma nova paixão.
***
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