A Seleção Brasileira de todos os tempos - Parte II
Carlos Claudinei Talli
No artigo anterior escolhemos os jogadores que, na nossa maneira de ver, foram os que mais se destacaram na segunda metade do século passado - período que acompanhamos -, na seleção brasileira.
Agora vamos tentar aprofundar o assunto e, baseando-nos nas opiniões de pessoas que gostam e entendem de futebol, escalar, como fizemos anteriormente, dois times que representariam a seleção brasileira ideal de todos os tempos. É uma maneira mais democrática de abordarmos essa questão. Aqui, vai prevalecer a vontade da maioria.
Para isso, fizemos um levantamento em um site especializado em esportes na internet. A computação dos dados foi feita por nós. Segundo a análise de 30 apreciadores do bom futebol - que responderam à pergunta: qual seria a sua seleção brasileira de todos os tempos? -, os jogadores lembrados foram os seguintes:
Goleiros: Gilmar, com 24 votos; Tafarel, Barbosa, Nestor, Veludo, Valdir Perez: 1 voto cada.
Laterais direitos: Carlos Alberto Torres, 20 votos; Djalma Santos: 9 votos; Leandro: 2 votos.
Zagueiros de área: Luis Pereira, 12 votos; Mauro Ramos de Oliveira: 7 votos; Domingos da Guia: 7 votos; Orlando Peçanha: 4 votos; Roberto Dias: 4 votos; Oscar, 3 votos; Djalma Dias: 2 votos; Aldair, Marcio Santos, Leónidas (do América), Brito, Marinho Perez, Belini, Joel Camargo, Luisinho: 1 voto cada.
Laterais esquerdos: Nilton Santos, 25 votos; Junior, 8 votos; Noronha, 1 voto. Aqui, 3 pessoas votaram em Newton Santos como quarto zagueiro e em Junior como lateral esquerdo.
Jogadores de meio de campo: Didi, 17 votos; Zito, 13 votos; Rivelino, 12 votos; Falcão, 10 votos; Gerson, 7 votos; Danilo Alvim, 4 votos; Bauer, Fausto, Waldemar Fiume, Cerezo: 1 voto cada.
Pontas de lança (meias ofensivos): Pelé, 30 votos; Zizinho, 8 votos; Zico, 8 votos, Sócrates, 1 voto. Aqui, alguns colocaram Pelé e Zizinho ou Pelé e Zico, no mesmo time.
Atacantes: Garrincha, 28 votos; Tostão, 9 votos; Leónidas, 6 votos; Romário, 5 votos; Canhoteiro e Pepe, 3 votos; Julinho, Luisinho Trujilo e Vavá, 2 votos; Araken Patusca, Coutinho, Pagão, Cláudio Cristóvão do Pinho, Jairzinho, Careca, Edu, Serginho, Eder: 1 voto cada.
Se usarmos essa votação para escalar o time, no sistema 4-4-2, teríamos:
Gilmar; Carlos Alberto, Mauro ou Domingos da Guia (7 votos cada um), Luis Pereira e Newton Santos; Zito, Falcão, Didi e Pelé; Garrincha e Tostão.
Se não levássemos em consideração qualquer esquema, escolhendo apenas os mais votados em cada setor, escalaríamos:
Gilmar; Carlos Alberto Torres, Mauro ou Domingos da Guia, Luis Pereira e Newton Santos; Zito Falcão, Didi e Rivelino; Garrincha e Pelé. Jogaríamos com dois meias-armadores e sem um centro-avante nato. Também, é um supertime!
No artigo anterior analisei as características de todos os nomes aqui lembrados, exceção apenas a quatro que não constavam na minha escolha: Domingos da Guia, Falcão, Rivelino e Tostão.
Vamos agora a essa análise:
Domingos da Guia: não posso emitir uma opinião, simplesmente por que não o vi jogar. Porém, todos que o conheceram dizem que era um monstro. Das pessoas que acompanharam a sua carreira, a maioria o considera o maior zagueiro central que viram jogar.
Rivellino: `o garoto do parque´; `a patada atómica´ da Copa de 70; era um jogador excepcional. Inclusive, muitos cronistas do exterior o colocam na seleção mundial de todos os tempos. Além de apresentar uma habilidade fora do comum, possuía um coração vibrante que incendiava os estádios. Só para se ter uma idéia do respeito que conquistou fora do Brasil, Maradona, o maior jogador argentino de todos os tempos, afirmou que o seu ídolo maior sempre foi Roberto Rivellino.
Falcão: dos volantes modernos, em todo o mundo, só ficou atrás de Beckembauer, o Kaiser. Tinha um futebol refinado, jogava de cabeça erguida e era um jogador completo: defendia, armava e atacava com a mesma eficiência. Só não o escolhi porque acho que Zito e Gerson tinham uma liderança insuperável. E esse fator, na minha avaliação, é decisivo.
Tostão: verdadeiramente um gênio. Fisicamente fraco; pouca velocidade; pouca impulsão; mas, quanta inteligência; quanto talento; quanta técnica; como driblava; como criava os espaços - Vocês se lembram do gol de Jairzinho contra a Inglaterra em 1970, o jogo mais difícil daquela Copa? -; como concluía, apesar da fraca potência do seu chute. Eu só o preteri por causa do baixinho Romário, com sua capacidade absurda de concluir as jogadas e transformá-las em gol. Para um centro avante, essa é, disparada, a qualidade definitiva!
Participaram dessas entrevistas inúmeras pessoas das mais variadas profissões, porém, escolhi trinta delas que, pelas suas participações na mídia, ou mesmo dentro de campo, demonstraram um real conhecimento do assunto. Segue abaixo a lista de nomes:
Pepe; Pedro Rocha; Roberto Benevides; Juca Kfouri; José Trajano; Armando Nogueira, Alberto Helena Junior; Blota Junior (já falecido); Orlando Duarte; Dr. Osmar de Oliveira; Cláudio Carsughi; Celso Kinjó; Fausto Silva; Fernando Vanucci; Fiori Gigliotti; Galvão Bueno; Joelmir Beting; Luis Gonzaga Beluzzo; Milton Camargo; Mario Prata; Matinas Suzuki Jr.; Roberto Petri; Roberto Avallone; Roberto Drumond; Radamés Latari; Renato Maurício Prado; Sergio Noronha; Soninha; Valter Silva (o Picapau); Wladimir.
Observação: essas opiniões foram dadas há alguns anos. Por isso, algumas dessas pessoas já faleceram.
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