DIA DE GAROA
Faço das minhas memórias
Malabarismos de baixo calibre,
Os saltos mortais são sempre mortais
Faço do meu passado
O agora mesmo
Porque ele é como uma eterna segunda pele
Colado na alma
Calado a meu lado
Faço, me desfaço
E, novamente, me refaço
Passo a passo,
Na ponta imaginária de um compasso,
Agora, se o quiser,
Porque memória é feito nuvem
E nuvem, que eu saiba,
São apenas singelos chumaços de lágrimas
Represados, temporalmente,
No canto dos olhos do céu
Chorar é chover,
Chover é chorar,
Mas ficar triste,
(Metáfora que teima me acompanhar)
É garoar simplesmente
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