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Teses_Monologos-->MONÓLOGO RENASCIDO -- 19/06/2004 - 09:09 (ADELMARIO SAMPAIO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MONÓLOGO RENASCIDO

Tenho que confessar que me senti muito cansado... Senti por um pouco que minha vida não tinha mais sentido, e que não compensava mais viver...
Mas isso foi ontem.
Hoje é um novo dia... O primeiro do meu futuro. O início da eternidade. O começo. Ou o recomeço...
Hoje eu dou uma nova chance a mim mesmo, e renovo as minhas esperanças, porque esperança que não se renova, não é. Não existe.
Ontem eu a havia perdido, mas aqui está ela, diante dos meus olhos, representada pela luz, dentro do meu coração, e por esse pensamento de vida...
Hoje eu creio... Se não cresse em Deus como creio, creria em mim mesmo como um novo revolucionário da vida, e levantaria (a mim mesmo) das cinzas como uma fênix, e anunciaria ao mundo que não está tudo perdido se temos (um “isso” de) esperança...
Ontem eu sofri é verdade, mas foi ontem. Hoje nem quero me lembrar, a não ser do que todo esse tempo de fornalha purificou esse metal, retirando dele toda a escória, e o deixando puro e reluzente como o mais fino ouro, depurado sete vezes... E se desprezo as dores que sofri, não posso fazê-lo jamais com essas experiências, porque aquele que não sabe aproveitar do que aprendeu com experiências passadas, desculpe a expressão forte, pode acrescentar capim ao seu cardápio...
Foi ontem que chorei... Recolhi as minhas lágrimas numa proveta e mantive guardadas como prova do meus suplício...
Mas hoje quis esquecer as minhas lágrimas e busquei o recipiente para destruí-lo, mas não o fiz. Vou guardá-lo porque o que vi foi a lição de que a minha lágrima de ontem serviu para purificar ainda mais o que estava impuro. O sal rolado na face pode dar um gosto amargo ao paladar, mas embaixo (na proveta) é a prova inconteste de que a parábola é por vezes real, e firmo-me no que vejo na cristalina água acima. Sal e água separados. Não vou misturar as coisas. Não sacudirei a parábola para que veja novamente misturado o que a providência separou.
Ontem fiquei aborrecido com umas pessoas... Mas isso foi no passado longínquo do ontem que já esqueci deliberadamente.
Hoje eu amo. Nem digo mais que perdôo, porque o perdão ficou também misturado com os mesmos sentimentos de ontem, e não são nada hoje... Quem ama já esqueceu o que perdoou. O perdão verdadeiro, esquece...
Ontem eu fui um solitário que fechou a porta para o amor, e percebi que eu é que estava do lado de fora, e sofri as agruras causadas pelos fantasmas da noite e as dores do frio...
Hoje o amor me abriu portas e braços. E só os fechou quando me viu agasalhado nas diferenças do homem desse dia...
Ontem estive perdido...
Hoje nem sei mais porque me perdia. Sei sim que vejo o caminho que piso, e na visão que tenho, estou numa estrada elevada e nas curvas de um caminho direito... Uma luz brilha bem perto, e ponho sem me queimar a minha mão nesse sol, e o contemplo sem que meus olhos fiquem ofuscados.
Desculpem dizer: Ontem eu era velho e não suportava a mim mesmo nessa rabugice dos dias de quem está cansado da vida e a trata com o semblante fechado e se acena, é com gestos bruscos...
Agora sou jovem... É a ordem inversa da vida do renascido...

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Adelmario Sampaio
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